Delatores afirmam que Odebrecht pagou imóvel para Instituto Lula

Compra do imóvel é o principal ponto da investigação contra o ex-presidente

Imprensa - 21/12/2016

RS_Lula_coletiva28032016_5Brasília (DF) – Três delatores da Odebrecht afirmaram em acordo de delação premiada na semana passada que a empreiteira comprou um imóvel em São Paulo, em 2010, para a construção de uma nova sede para o Instituto Lula. As declarações foram feitas pelo ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, o ex-diretor de relações institucionais, Alexandrino Alencar, e o ex-diretor-superintendente da Odebrecht Realizações Imobiliárias, Paulo Melo.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo desta quarta-feira (21), a compra do imóvel é o principal ponto da investigação contra o ex-presidente. O petista é acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Nesta segunda (19), o juiz federal Sérgio Moro aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) e Lula virou réu pela quinta vez – três na Operação Lava Jato, uma na Zelotes e outra na Operação Janus.

De acordo com os procuradores, parte das propinas pagas pela Odebrecht em contratos da Petrobras foi destinada para a aquisição de um terreno onde seria construída a sede do Instituto Lula.

Os depoimentos confirmam que o imóvel, apesar de ter sido adquirido pela DAG Construtora, foi na verdade pago pela Odebrecht e seria destinado à construção de uma nova sede do instituto. A ideia era que outras grandes empresas ajudassem a construir o prédio do instituto.

Os delatores também disseram que o ex-presidente e sua mulher, Marisa Letícia, foram conhecer o terreno, mas não gostaram do local. Marcelo Odebrecht determinou então a Paulo Melo que procurasse outros imóveis. O projeto, no entanto, não foi para frente.

Segundo a reportagem, o fato de a nova sede não ter saído do papel não impediu que Moro aceitasse a denúncia contra Lula. Na avaliação do juiz, a falta de transferência na compra do imóvel onde seria construído o instituto não prejudica a acusação de corrupção, caracterizada pela oferta e pela solicitação da propina.

Com base nas quebras de sigilos fiscais e bancários dos investigados, os procuradores apontaram que a empreiteira pagou, em 2010, R$ 7,6 milhões para a DAG, que adquiriu o imóvel investigado.

À Folha, o Instituto Lula afirmou que não comenta “supostas delações” e que “delações não são prova, quanto mais supostas delações”.

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21/12/2016