O PT precisa escolher uma versão sobre denúncias envolvendo estatal, alerta tucano
“É preciso que o Brasil saiba a verdade”, diz Aécio Neves
Brasília (DF) – O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, considerou no mínimo contraditórias as explicações dadas pela presidente Dilma Rousseff para a aprovação da compra bilionária da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Em entrevista coletiva nesta quinta-feira (20), na sede da Executiva Nacional do partido, em Brasília, Aécio confrontou a versão dada pela petista com informações cedidas pela própria diretoria da Petrobras.
“A versão que ela apresentou é absolutamente contraditória ao que disse, no Congresso Nacional, o então presidente da Petrobras, (Sérgio) Gabrielli. Ele disse o contrário, que tomou a medida pensada, estudada, porque, segundo ele, naquele momento a conjuntura de mercado orientava para os benefícios daquela ação. A presidente contradiz a diretoria anterior da Petrobras. É preciso que o Brasil saiba a verdade”, disse.
“Se houve um encaminhamento equivocado por parte da diretoria internacional, como atesta a nota da presidente da República, o esperado é que aquele que fez esse encaminhamento ou fosse demitido ou fosse investigado. Mas ele foi promovido, no governo da própria presidente Dilma Rousseff, e ocupa a diretoria na BR Distribuidora. Isso é inaceitável”, acrescentou.
Investigação
O presidente nacional do PSDB cobrou esclarecimentos sobre as razões pelas quais a presidente da República, então ministra de Minas e Energia, tomou uma decisão tão danosa para as finanças da Petrobras e do próprio país. Ele defendeu ainda a criação de uma CPI para investigar o caso.
“Talvez, em todo esse momento mais recente da vida política brasileira, não tenha havido uma denúncia tão grave e de tantas consequências para o Brasil como essa. Portanto, nós vamos, na próxima terça-feira, nos reunir à oposição no Congresso Nacional e construir um grande esforço para que possamos ter a CPI da Petrobras”, afirmou.
Respostas
Para Aécio, o caso deixou clara a incapacidade e incompetência da administração petista no comando da estatal. Por conta disso, a população não pode ser deixada sem respostas.
“Esse ‘modus operandi’ do PT não é mais aceito pela sociedade brasileira. Depois o governo se pergunta: por que as pessoas estão na rua? Por que essas manifestações? É porque as pessoas estão cansadas dessa ausência de respostas”, ressaltou.
E completou: “É preciso, no limite, que se assuma o erro. Mas nem isso o governo consegue fazer. Não dá, novamente, para fazer aquilo que se tornou um mantra em todas as denúncias que ocorrem em relação ao PT: terceirizar responsabilidades. De “não sabia” em “não sabia”, o Brasil chegou onde chegou”.