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A verdade das pesquisas e a mentira das ruas, Evandro Cordeiro

16 de setembro de 2014
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Quem vê as pesquisas eleitorais no Acre, mas é acostumado a andar nas ruas, tem a impressão de que os institutos erraram o endereço, na hora de coletar dados. Um deles, lá de Rondônia, que mostra o Tião Bocalom, do DEM, em primeiro lugar, não chegou aqui na Tucandeira: pesquisou no máximo até Califórnia. É uma loucura o resultado disso tudo. Pior: confunde na boa a cabeça do eleitor incauto.

O papai, coitado, sexagenário, amanheceu ontem com essa estória de que não tem jeito, que as pesquisas “só dá em favor do PT” (sic). O negócio é o seguinte: o Tião Viana, do PT, acredita na pesquisa segundo a qual ele aparece em primeiro lugar – e vencendo no primeiro turno; o Bocalom acredita naquela em que ele aparece ganhando do Tião Viana e do tucano Marcio Bittar. E o eleitor? Coitado! Sabe Deus em quem acredita. O papai foi na onda, tadinho!

fraseEu vou ser direto: dos três candidatos o mais sensato parece ser o Bittar, que acredita no resultado que o coloca em segundo lugar. Ele sabe que o Viana, com a máquina do Estado na mão, é o primeiro colocado, por outras mil obviedades. Não sou bobo, fico com o instituto do Marcio, o mesmo que trabalha pro Flaviano Melo (PMDB), por um motivo lógico: Bittar e Flavinao são organizados com dinheiro, não gastam à toa, por isso só autorizam a realização de levantamentos reais, dados seguros. Quando os números aparecem ruins, eles tiram a mão do bolso e investem mais na campanha. Eu conheço. Ambos andam gastando muito esses dias, na campanha. Óbvio: Melo aparece em primeiríssimo lugar, nas pesquisas para federal, com o perdão do hiperlativo, e Bittar, na disputa pro governo, já ganha do Viana no Juruá e em alguns municípios das margens do Envira e afluentes, entre de Cruzeiro do Sul e Rio Branco. Consta que Bittar será o adversário do Viana no segundo turno. Vale ressaltar: o instituto que garante isso é aquele que acertou em cheio o resultado das últimas eleições. Lembram que o tal Vox Populi e o Ibope publicaram na véspera da eleição? Eu lembro. Marcus Alexandre, do PT, ganharia com 13 pontos de diferença. O resultado eu preciso lembrar a uns esquecidinhos: foi empate. Foi preciso discuti-lo no Photoshop, aquele elemento da fotografia que decide corridas de cavalos, quando os pangarés chegam cabeça-a-cabeça, tão pouca foi a diferença. Em 2010 isso já havia ocorrido. Tião Viana venceria folgado, segundo Ibope e Vox, mas o resultado das urnas foi tão estranho que há quem duvide até hoje daquele placar.

Uma coisa é certa: o PT conhece os verdadeiros números, a realidade. Tanto que de público dizem que vão para o segundo turno com o Bocalom, mas nos bastidores arrancam o couro do Marcio Bittar. Divulgam nos jornais números estrambólicos de pesquisas viciadas, mas na propaganda eleitoral quem apanha é o Bittar. Que coisa contundente, conflitante. Ou é só mania de atacar o Marcio, meu senhor? Vejam que tentaram envolver o Marcio naquela história da “Flávio Nogueira”, entre outras coisas absurdas. Dias desses um jornalista que vive a delinquir nas páginas contra os inimigos de seu patrão, comparou o Bittar ao Rubem Branquinho, aquele dos anos 1980 que esteve por aqui, fez uma fofoca e foi embora. Só dá o Marcio no noticiário. Hoje pintou a história dum carro, lá em Brasília, meu Deus. Um negócio meio sem pé, nem cabeça, mas usado para tirar o sossego do candidato tucano ao governo do Acre. E eu aqui pensando um negócio: ora, se quem vai para o segundo turno é o Bocalom, então porque o PT bate tanto no Marcio Bittar? Parece coisa de Síndrome de Stocolmo, quando a vítima se apaixona pelo carrasco, para ser simplório e rápido na minha explicação. Conheço o Marcio Bittar. Ele se preparou para ser governador, estudou, fez um plano de governo e tem direito de disputar a eleição. Quer ganhar no voto. Mas é aquilo: quando ele aparece os caras piram. Aqui entre nós, é verdade, o Marcio não é populista. É até pouco popular. Já reclamei isso pra ele. Mas tem um monte de qualidades que servirão – e como! – para ele arrumar a casa, bagunçada pelo PT e sua sanha de poder, com o aparelhamento político das instituições sendo sua marca registrada. O Marcio é conservador e vai botar ordem nessa esbórnia, podes crer. Democracia não é bagunça, ele costuma dizer. Por isso que as pesquisas dos caras são cheias de verdade, enquanto a verdade das ruas é transformada em mentira. Tomei uma decisão: vou acreditar no instituto que trabalha pro Marcio Bittar! Posso?

 

Evandro Cordeiro é Jornalista, teólogo e psicopedagogo

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