Brasília – A desaceleração da economia brasileira deve afetar, nos próximos quatro anos, a capacidade de criação de postos de trabalho e o número de desempregados crescerá, segundo reportagem do jornal Estado de S. Paulo desta terça-feira (21). A Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelou que o desemprego ficou em 6,6% em 2013 e que, para o período de 2014 a 2018, deve ficar estagnado em 6,5%. Em quatro anos, o Brasil terá mais 300 mil desempregados do que há atualmente.
Para o líder da Minoria da Câmara, o deputado federal Nilson Leitão (MT), a “previsão sombria” se baseia na “má gestão política e econômica” do governo da presidente Dilma Rousseff. “”O governo ao invés de discutir o Brasil real, debate o país que não existe com dados que não correspondem à vida de todos”, disse ele.
De acordo com dados da OIT, o Brasil pode ter sérias dificuldades para manter o ritmo de criação de vagas. A organização aponta uma série de dificuldades no mercado de trabalho no país, como a “baixa inovação e diversificação” na indústria.
Piora
As expectativas de inflação do mercado financeiro continuam piorando, apesar da decisão do Banco Central de aumentar a taxa básica de juros (Selic) mais que o esperado pela maior parte dos analistas, segundo o Estado de S. Paulo. De acordo com a pesquisa Focus, a previsão para o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2014 subiu de 6% para 6,01%. Para 2015, passou de 5,5% para 6%.
Leitão destacou que os dados refletem o que classifica como sendo “um governo desastroso”. “O governo trata da inflação com doses paliativas que não resolvem o problema. Agora os efeitos deste ‘tratamento’ chegaram à cozinha, aos remédios e também às roupas dos brasileiros que estão pagando muito mais por tudo”, afirmou o deputado federal.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central surpreendeu o mercado ao anunciar um aumento de 0,5 ponto porcentual na Selic, para 10,5% ao ano. A expectativa dos analistas era de que a instituição faria um aumento menor, de 0,25 ponto porcentual.
A principal crítica do mercado hoje é que o aumento dos gastos públicos anula boa parte do efeito da ação do BC. No ano passado, o IPCA ficou em 5,91%, acima do ano anterior (5,84%).