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PSDB – AC
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Marcio Bittar faz um reencontro com seu passado durante uma manhã percorrendo a “estrada de Sena”

21 de outubro de 2014
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Bittar-SenaOs 144 quilômetros que separam Rio Branco de Sena Madureira, pela BR-364, é a menor distância entre o candidato a governador do Acre, Marcio Bittar (PSDB), e seu passado. Explica-se: foi nesse trecho que o atual líder das oposições deu os primeiros passos para a vida adulta, logo após sua chegada no Estado, nos primeiros anos da década de 1970. Nesta segunda-feira, 20, o hoje deputado federal e candidato a governador passou a manhã inteira fazendo um passeio pela região até reencontrar dezenas de amigos e se emocionar ao abraçar ex-funcionários seus na fazenda que pertenceu a seu pai, Mamédio Bittar, morto aos 56 anos, de infarto, em 1988, e depois a ele mesmo.

A última segunda-feira antes da votação do dia 26, próximo domingo, foi reservada para momentos de reencontros pelo próprio candidato a governador, apontado pela pesquisa do Instituto Delta como o favorito a vencer o pleito deste ano. Cedo ele tomou café em seu apartamento com a mulher, Márcia Espinosa, com quem é casada há 26 anos, depois gravou imagens deixando sua casa rumo a Sena Madureira, sua terra natal adotiva, onde à tarde participaria duma histórica carreata e dum mini-comício, não sem antes percorrer o trecho entre uma cidade e outra fazendo paradas demoradas.

No caminho a primeira parada foi no quilômetro 72, onde foi recebido por um velho amigo de seu pai, o empresário Evandro Cardoso. No local fez gravações, orientado pela equipe de marketing. Os momentos marcantes da infância foram revividos. A próxima parada ocorreu no rio Antimary, dez quilômetros adiante, onde se emocionou ao relembrar a última oportunidade em que esteve naquela rodovia na companhia de seu pai. “Aqui mesmo (apontando para um trecho cerca de 200 metros distante da ponte) nós atolamos, passamos o dia inteiro tentando sair, mas ao cair da noite desistimos. Eu vim pedir abrigo e comida aqui no João “Quati” (um amigo de seu pai da época, morto há quatro anos, aos 86 anos). A dona Laura tinha feito um peixe, tinha repartido com outras pessoas, mas tinha sobrado muito ainda e eu comi a beça”, contou.

A epopéia dos Bittar nos atoleiros daquela estrada, só asfaltada no governo Orleir Cameli (1994 a 1998), é confirmada por uma personagem que o emocionou ao reencontrá-la nesta segunda-feira: dona Laura de Souza Bezerra, hoje com 98 anos e tão lúcida quanto um jovem na mais tenra idade. Mesmo imobilizada numa rede, devido a avançada idade, aquela senhora afirma não saber contar as vezes em que recebeu em sua casa “aquele rapaz franzino, narigudo”, sempre vitima da intransponível rodovia. O sujeito a que ela se refere é Marcio Miguel Bittar, 51 anos, criado naquela região, e depois eleito deputado estadual em 1994, deputado federal em 2002 e 2010, e atual candidato a governador.

Do rio Antimary Bittar seguiu viagem, mas fez nova parada no quilômetro 110, onde à margem direita da BR está a ainda imponente fazenda Liberdade. No local viveu o momento de maior emoção da viagem propositada, ao espiar a paisagem onde passou parte importante de sua adolescência, depois de largar os estudos, em meados da década de 1970, para trabalhar com o pai. No rancho, reencontrou alguém por quem fez toda a deferência possível, seu ex-capataz, “Tunico”. Ambos relembraram algumas histórias da época de mocidade e no local gravou falas na área da sede, um casarão construído pelo seu pai, cuja arquitetura é mantida intacta. “Meu pai fez essa sede por causa de mim. Por ele mesmo, ele ficava ali naqueles barraquinhos dos peões, mas eu cheguei pra trabalhar come ele e ele decidiu construir isso aqui”, afirmou orgulhoso.

Da sede da fazenda Marcio Bittar foi a cidade de Sena Madureira. Como fazia na época de garoto, fez sua primeira parada no Restaurante do Waldemar, cujo proprietário veio para o Acre trazido pelo seu pai, nos anos 1960. “O Waldemar era meu segurança. Cuidava de mim, a mando de meu pai, porque eu era meio peralta”, disse, num bate-papo com outros amigos daquele tempo. ~

No final da tarde Bittar manteve sua agenda no município, onde participou duma carreata histórica, cujo termino foi um comício para uma multidão. No início da noite retornou para Rio Branco, se dizendo de alma lavada, pela agenda escolhida especialmente para os dias que se avizinham da disputa mais importante de sua carreira política, as eleições de domingo que vem. “Relembrei minha juventude e marquei hoje mesmo meu encontro com o futuro, que será, se Deus quiser, governar meu Estado a partir do ano que vem, após a vitória do próximo domingo”, afirmou.

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