“A lógica do PT era: quanto mais gente dentro do Bolsa Família, mais votos”, disse Otavio Leite
Uma investigação do Ministério Público Federal identificou fraude de até R$ 2,5 bilhões referentes a pagamentos do Bolsa Família entre os anos de 2013 e 2014. Foram cometidas irregularidades como saques realizados por pessoas mortas; ou com múltiplos CPFs; ou por indivíduos que não precisam do benefício. As informações são do jornal O Globo e da revista Isto É Dinheiro.
O presidente do PSDB do Rio de Janeiro, o deputado federal Otavio Leite, lembra que o DNA do Bolsa Família vem da época do governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que entendeu que proteção social é indispensável num Brasil que ainda tem muito de terceiro mundo. No entanto, ele chama atenção para as distorções no programa, que passou a ser usado com objetivos eleitoreiros.
“Lamentavelmente, o uso eleitoral e a ausência de programas alternativos para libertar os brasileiros da dependência do Estado significa campo fértil para manipulação e fraude. Os números são impressionantes”, avaliou.
Segundo as informações divulgação pelo Globo, o MP acredita que as irregularidades envolvam 1,4 milhões de beneficiários e os saques foram realizados por dois “grupos”: no primeiro grupo, constam CPFs de pessoas já falecidas. Já o segundo grupo é formado por pessoas com mais de um CPF vinculado ao número de cadastro no Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, o órgão responsável . “E, neste caso, há beneficiários que são servidores públicos, doadores de campanha, e até donos ou responsáveis por empresas”, diz trecho da reportagem.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário divulgou nota em que afirma não descartar irregularidades na gestão da presidente afastada Dilma Rousseff; e que está empenhado em melhorar os mecanismos de fiscalização e controle para que o Bolsa Família chegue em quem realmente precisa.
“Para o PT, esse era um instrumento de dominação. A lógica era: quanto mais gente dentro do Bolsa Família, mais votos – uma visão que podemos chamar inclusive de totalitária”, apontou Otavio Leite.