Agora é oficial: governo prevê que rombo nas contas públicas deve chegar a R$ 115 bilhões em 2015
“Fica claro para a população brasileira que o governo perdeu o controle das contas públicas”, afirmou o deputado Hauly
Brasília (DF) – O rombo nas contas públicas do governo é ainda maior do que previam os economistas: a estimativa é que atinja R$ 115 bilhões em 2015 – 1,99% do Produto Interno Bruto (PIB). Isso porque, segundo o secretário do Tesouro Nacional Marcelo Saintive, se o Tribunal de Contas da União (TCU) determinar que o governo tem que quitar a totalidade da sua dívida com os bancos públicos ainda nesse ano, o déficit total chegará aos R$ 115 bilhões.
As informações são de reportagem desta sexta-feira (30/10) do jornal Folha de S. Paulo. De acordo com a publicação, o governo tenta agora negociar um cronograma de pagamento das dívidas. O valor devido aos bancos públicos soma cerca de R$ 50 bilhões, podendo chegar a R$ 55 bilhões, superior aos R$ 40 bilhões que vinham sendo divulgados pelo governo. Desde janeiro, foram gastos R$ 17 bilhões no pagamento das pedaladas.
Para quem não lembra, as pedaladas fiscais foram um artifício usado pelo governo Dilma Rousseff em 2014 para maquiar as contas públicas e fechar o ano com um saldo positivo. Nesse ano, pela primeira vez na história, o TCU reprovou as contas apresentadas pela presidente, abrindo precedentes para um possível impeachment.
Para o deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), o que fica claro para a população brasileira é que o governo federal perdeu o controle das contas públicas. “A nação brasileira está estarrecida com o total descontrole das contas públicas. O governo perdeu totalmente a credibilidade, nacional e internacional, e tem a sua posição reduzida à de um governo que não conta, que não tem a credibilidade dos agentes econômicos”, afirmou.
O parlamentar destacou que o governo não tem outra alternativa a não ser parcelar e quitar sua dívida, “já que não vão conseguir aumentar os impostos”.
Hauly também alertou que o rombo de R$ 115 bilhões diz respeito somente ao déficit primário – antes do pagamento dos juros da dívida. O déficit real, ou nominal, será muito maior, “podendo passar de 7% do PIB deste ano”.
“Confiar não confiamos, mas o governo não tem outra alternativa a não ser fazer o que ele tem que fazer, que é parcelar e pagar. Ele também pode reduzir drasticamente as suas despesas, e assim poderá ter dinheiro em caixa e honrar compromissos que já assumiu. De qualquer forma, é um cenário sombrio”, completou o deputado.