“AGU está trabalhando como advocacia-geral do PT”, diz Caio Narcio

Acompanhe - 30/03/2016

caio narcio foto Alexssandro LoyolaEm ligação interceptada pela Polícia Federal, a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula deixaram claro que a nomeação do petista para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil tinha o objetivo de conceder ao líder do PT foro privilegiado e protegê-lo de julgamento de Sérgio Moro. No entanto, a Advocacia-Geral da União disse ao Supremo Tribunal Federal que não vê ilegalidade no diálogo, no qual Dilma diz que enviou termo de posse para que fosse usado em caso de necessidade.

A declaração, segundo o deputado federal Caio Narcio (PSDB-MG), mostra que a AGU já não defende mais a União, mas somente o projeto político petista.

“A Advocacia-Geral da União está trabalhando como a “Advocacia-Geral do PT”, não em favor da União, mas defendendo um partido, um projeto político. Se a Advocacia-Geral da União acha que isso é normal, que não tem ilegalidade, fica comprovado que esse governo perdeu a ótica da realidade”, disse.

Fiel aliado de Dilma, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo foi escalado para assumir a AGU no momento de crise, próximo ao julgamento do processo de impeachment pelo Congresso Nacional, num gesto tem que o claro objetivo de blindar a presidente.

Caio Narcio ressalta que os grampos indicam que a Dilma agiu para evitar a prisão de seu antecessor. Para o tucano, o desvio de finalidade na nomeação de Lula como ministro derruba o argumento de que o petista foi chamado para colaborar com o governo.

“As gravações ficaram muito óbvias. O que está acontecendo no Brasil hoje é o maior processo de obstrução de Justiça da história do país porque o ex-presidente da República está utilizando do poder da presidente para obstruir a Justiça. O desvio de finalidade ficou claro.”

A divulgação dos áudios inflamou movimentos populares que pedem a saída de Dilma Rousseff da presidência da República. A retirada do sigilo foi autorizada pelo juiz Sérgio Moro, que garante que a decisão foi tomada com base na Constituição.

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30/03/2016