Além de oportunismo, “pacote de bondades” reincide crime de responsabilidade de Dilma, afirma deputado

Acompanhe - 02/05/2016

domingos savio foto PSDB na CamaraBrasília (DF) – A dez dias de seu possível afastamento, a presidente Dilma Rousseff anunciou, neste domingo (1º), em evento de comemoração do Dia do Trabalho, o reajuste do Bolsa Família e a correção na tabela do Imposto de Renda (IR). A medida, conhecida como “pacote de bondades”, já havia sido desaprovada pelo Tesouro Nacional por falta de espaço fiscal no orçamento. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira (2).

Segundo a petista, apesar do que diz a própria área econômica de sua gestão, a proposta não comprometerá “o cenário fiscal”. No ato realizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Dilma divulgou o reajuste do Bolsa Família com aumento médio de 9% e propôs a correção de 5% na tabela do Imposto de Renda.

Para o deputado federal Domingos Sávio (PSDB-MG), com o anúncio, a presidente comprova “de maneira definitiva” que não tem credibilidade para governar o país. “É o pacote da criminalidade. Na iminência de perder o cargo, ela reincide no crime de responsabilidade fiscal, gastando o que o país não tem. É uma falta de respeito e demonstra a irresponsabilidade da petista”, criticou.

O parlamentar afirmou que o reajuste proposto sem a verba necessária no orçamento deve servir para alertar o Senado a agilizar a conclusão do processo de impeachment. “Virou questão emergencial. O Senado deveria dar o parecer em questão de horas e concluir a votação em caráter de urgência. Dilma está como uma rainha louca, mostrando a total falta de condições de continuar governando o país”, ressaltou.

Dívida pública

De acordo com a matéria, além de oportunismo político, o “pacote de bondades” anunciado pela presidente significará um aumento adicional da dívida pública, dado que os gastos do governo superam a arrecadação. A mudança na tabela do IR não custará menos de R$ 5 bilhões ao ano em perda de receita e o reajuste do Bolsa Família deverá consumir cerca de metade desse valor.

Na avaliação do tucano, apesar da importância, o tema deve ser tratado por um presidente que tenha credibilidade e consiga indicar de onde vai tirar o dinheiro necessário. Ele reitera ainda que, caso Dilma permaneça no poder, o Brasil pode terminar o ano com mais de R$ 90 bilhões de déficit, sinalizando para o mundo que o país está quebrando.

“Não é admissível que, faltando apenas uma semana para perder o mandato, Dilma tome essas decisões por decreto. O problema não é corrigir o Bolsa Família e a tabela do Imposto de Renda, porque são ações necessárias. O problema é ser feito por um governo irresponsável que não indica de onde virão as receitas. Uma gestão que não tem coragem de reduzir gastos porque está tentando negociar ministérios. Nossa esperança é que venha um novo governo que possa fazer correções como essas, mas que as faça com responsabilidade”, concluiu.

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02/05/2016