Aloysio diz ver riscos políticos ao mundo após saída do Reino Unido da UE
Líder do governo no Senado demonstra preocupação com o fato da extrema direita europeia comemorar decisão da Inglaterra
Em entrevista nesta sexta-feira (23) ao Broadcast Político, da Agência Estado, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) disse que sua preocupação com relação à saída do Reino Unido da União Europeia é com os efeitos políticos da decisão.
“Eu me oriento por saber quem comemorou. Foi o [Donald] Trump [candidato à presidência dos Estados Unidos] , a Marine Le Pen [política francesa de direita], a Forza Itália [partido do ex-premiê italiano Silvio Berlusoni], o Partido Comunista Português, a extrema direita da Holanda. Esse pessoal todo se assanhou. E o Reino Unido, que era uma força de moderação, de tolerância, de cultura democrática, mostra essa política interna agora com tendências de direita, xenófobas, nacionalistas”, disse o senador, que é líder do governo Michel Temer na Casa e presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE).
De acordo com o tucano, o Palácio do Planalto não possui a intenção de criticar a decisão do Reino Unido, por respeito à soberania britânica. Ao ser perguntado sobre os efeitos econômicos do referendo, Aloysio Nunes afirmou ser cedo para avaliar o impacto da negociação entre o Mercosul e a União Europeia.
“Nessa matéria, acho que é preciso nos alinharmos ao pensamento do conselheiro Acácio, célebre personagem de Eça de Queiroz que diz: ‘As consequências vêm depois’. Por enquanto, não dá para medir, mas bom não é”, ressaltou o paulista.
Mercosul
Durante a entrevista, Aloysio Nunes elogiou a ideia da liberação de acordos bilaterais independentes do Mercosul e explicou que a medida não necessariamente enfraquece o bloco. Ele alertou também para riscos de que a Argentina, por exemplo, feche acordos diretos com a China.
“Tudo está sendo pesado pelo governo e nenhum passo vai ser dado sem uma sintonia fina com a Argentina”, concluiu.
