Alvaro Dias critica gastança desenfreada do governo

Em discurso no plenário do Senado, ele lembrou que “legado fiscal” foi deixado por Lula

Acompanhe - 15/02/2011

Em discurso no plenário do Senado, ele lembrou que “legado fiscal” foi deixado por Lula

Brasília (15) – O líder do PSDB, senador Alvaro Dias (PSDB/PR), criticou em plenário, nesta segunda-feira , o legado fiscal deixado pelo presidente Lula que exigirá ajustes do atual governo, como o já anunciado corte de R$50 bilhões: “Já alertamos várias vezes da tribuna sobre as medidas drásticas que teriam de ser adotadas pelo novo governo em razão de facilidades oferecidas durante o mandato do presidente Lula. Agora o cenário fiscal é preocupante, agravado pela inflação e taxa de juros em alta, sem falar em um orçamento engessado por despesas crescentes com pessoal. Só de 2003 a 2010, os gastos públicos cresceram 282 bilhões”. Segundo o senador, a gastança desenfreada foi o maior entrave para a ampliação dos investimentos produtivos, além do aumento da carga tributária de 32,4% do PIB em 2002 para 34,4% em 2010. “A dívida pública, que estava em R$932 bilhões em 2003, se ampliou para R$1,7 trilhão, isso sem computar a assombrosa dívida pública paralela, com roupagem de fantasma, que vem tendo presença não contabilizada pelo Tesouro Nacional”. Alvaro Dias destacou ainda estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base no Índice de Preços ao Consumidor (IPC), demonstrando o aumento dos preços dos serviços. Em 12 meses, até janeiro deste ano, os preços dos serviços, reajustados segundo critérios informais, aumentaram 8,45%.

A explosão de gastos não foi a única herança deixada pelo governo passado. O líder destacou em plenário que medidas provisórias, que tramitam no Congresso e foram editadas no governo passado, criam cargos e aumentam os gastos públicos. Uma dessas MPs, por exemplo, cria a Autoridade Pública Olímpica com 484 cargos em comissão, 184 deles com salários que variam de 18 mil a 22.100 reais. “Independentemente do resultado da Olimpíada de 2014, esses ganharão a medalha de ouro. Com salários privilegiados, sem dúvida, estarão recebendo, no pódio, a medalha de ouro oferecida com o dinheiro do imposto pago pelo povo brasileiro”.
Alvaro Dias criticou ainda o fato de a Lei Orçamentária para 2011, sancionada pela presidente Dilma, incluir 18 obras do PAC na lista negra de projetos com indícios de irregularidades graves. “Se o governo tivesse a coragem política de eliminar o superfaturamento das obras públicas no País, sobrariam recursos para um reajuste maior do salário mínimo. É evidente que, praticando essa política de terra arrasada em matéria de sobrepreço e superfaturamento de obras, o governo nunca terá recursos para oferecer um salário mínimo digno ao trabalhador brasileiro. É por essa razão que o PSDB tem o dever de sustentar a tese de que é possível pagar o mínimo de R$600,00. Ou se quer a responsabilidade administrativa com moralização, ou se deseja a anarquização da corrupção. E não tenho nenhuma dúvida: seria possível fazer, pelo menos, três vezes mais o que se faz hoje com o dinheiro que gastam em obras públicas superfaturadas. Um governo sério não admite repassar recursos para obras sob suspeita”.

O senador também condenou o anúncio do governo que prometeu suspender concursos públicos. “O governo faz o que, sordidamente, acusava a oposição de planejar fazer. Nos cargos de confiança, porém, não se mexe. Mas, entre a intenção de ajustar as contas e a prática, ainda vai uma longa distância. Ninguém sabe ao certo como o Governo pretende executar o ajuste bilionário. O que existe até agora é uma mera carta de intenções. A prova dos nove ainda está por vir”, disse.

Fonte: Assesoria de Imprensa

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15/02/2011