Alvaro Dias: Existe uma organização do mal no Palácio do Planalto
Senador do PSDB pede apuração séria sobre denúncia de tráfico de influência
Senador do PSDB pede apuração séria sobre denúncia de tráfico de influência
Brasília (20) – O escândalo de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra, braço direito da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ultrapassou os limites da Casa Civil e revelou, segundo o senador Alvaro Dias (PR), que existe uma “organização do mal” instalada na administração pública federal.
De acordo com a Folha de S. Paulo de hoje, Israel Guerra, filho da ex-ministra e responsável por intermediar contratos entre empresas privadas e o governo federal mediante propina, usou a estrutura de, no mínimo, mais outros dois órgãos da Presidência da República, além da Casa Civil: a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional).
“A nova denúncia só demonstra que existe uma organização do mal na administração federal, que tinha origem na Casa Civil e alcançava outros setores. O esquema ocorreu ao lado da sala do presidente”, afirmou Dias. “O tráfico de influência foi bancado pela ex-ministra, o que exige uma investigação séria e isenta.”
A Secretaria de Assuntos Estratégicos e o Gabinete de Segurança emprestaram funcionários e equipamentos como computadores para sócios e amigos de Israel Guerra. A informação foi identificada pela sindicância interna do Planalto que investiga a participação de servidores no escândalo da Casa Civil, processo que ocorre em sigilo para blindar a candidatura petista.
DILMA ROUSSEFF TEM QUE SER OUVIDA
A comissão descobriu que o computador utilizado por Gabriel Laender na SAE foi acessado várias vezes com a senha de Vinícius Castro, ex-assessor da Casa Civil e sócio de um filho de Erenice na Capital. O disco rígido desse computador, segundo a Folha, foi levado pela comissão de sindicância no dia 6 de outubro.
Os acessos do computador, segundo o jornal, foram feitos em outubro do ano passado. A MTA Linhas Aéreas, representada por Fábio Baracat, a partir daquele mês, começou o pagamento de propina para a empresa dos filhos de Erenice.
Preocupado com a onda de corrupção no coração do governo, o senador Alvaro Dias pretende esclarecer se a ex-ministra Dilma Rousseff teria conhecimento do esquema de tráfico de influência na Casa Civil. Por isso, apresentou à Comissão de Constituição e Justiça do Senado requerimento convidando-a para prestar depoimento. O governo, no entanto, tem impedido a votação do convite.
“Nós propusemos o convite para a candidata Dilma depor na Comissão de Constituição e Justiça porque tudo ocorreu sob a égide do seu mandato de ministra ( Dilma ocupou o cargo até março, quando saiu para concorrer à Presidência). É claro que a candidata não pode ser excluída da investigação, como tenta acobertar o Planalto”, lamentou Alvaro Dias.