Apoio de Maduro a Dilma é tentativa de buscar suporte para atividades negativas, diz Bonifácio
Brasília – A presidente Dilma Rousseff recebeu na quinta-feira (20) o apoio dos presidentes da Venezuela, Nicolas Maduro, e da Argentina, Cristina Kirchner. Eles disseram que a petista sofre uma tentativa de “golpe” liderada por grupos midiáticos e chegaram até a citar a possível interferência do governo dos EUA no processo.
O deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) disse que o apoio de Maduro a Dilma é uma busca, por parte do venezuelano, de uma chancela do Brasil às violações aos direitos humanos produzidas pelo regime de Caracas.
“Ao elogiar a presidente Dilma, o que Maduro quer é se vincular a ela para conseguir dela apoio às atividades negativas, à agenda política que executa na Venezuela”, disse o tucano. O governo de Caracas é acusado de limitar as liberdades individuais dos cidadãos do país. Há presos políticos na Venezuela, como os líderes oposicionistas Antonio Ledezma e Leopoldo López. Em junho, uma comissão de senadores brasileiros, que reuniu o presidente do PSDB, Aécio Neves, e os tucanos Aloysio Nunes (SP) e Cássio Cunha Lima (PB), entre outros parlamentares, foi à Venezuela e acabou hostilizada por militantes favoráveis ao regime iniciado por Hugo Chávez e conduzido atualmente por Maduro.
Em relação à fala da presidente argentina, o deputado Bonifácio qualifica os elogios à gestão de Dilma como uma decisão pragmática: “ela sabe que há muitos interesses sócio-econômicos entre Brasil e Argentina, e por isso prefere elogiar a presidente atual”.
“Império”
A chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, fez referência velada aos Estados Unidos, sugerindo que o país estaria por trás das mobilizações contrárias ao governo do PT no Brasil. Ela disse, segundo o jornal Folha de S. Paulo, que vê no Brasil um “golpe suave” orquestrado pelo “império”.
As falas foram ironizadas pelo deputado Bonifácio. “Isso tudo faz parte de uma velha e superada linguagem muito usada pelos ditadores aqui da América do Sul. É algo a que eles recorrem, uma repetição sem nenhum sentido”, atacou.