Após reunião, Serra reitera urgência de reforma política no país e defende parlamentarismo
Objetivo da legenda é alinhar os pontos mínimos de entendimento com a eventual gestão Temer
Brasília (DF) – Em reunião realizada nesta terça-feira (3), em Brasília, os seis governadores do PSDB e a Executiva Nacional do partido discutiram os 15 pontos do documento que será entregue hoje ao vice-presidente Michel Temer. A carta, intitulada de “Princípios e valores para um novo Brasil”, contém um mini-programa de governo, com medidas e princípios que a legenda considera fundamentais para o apoio do PSDB a um possível governo do peemedebista.
Após o encontro, que ocorreu na sede do partido, o senador José Serra (PSDB-SP) afirmou que o objetivo da sigla com a proposta é alinhar os pontos mínimos de entendimento com a eventual gestão Temer. “É uma contribuição que o PSDB espera fazer, seja para ações objetivas do governo Temer, quando vier, ou para efeito do debate de questões importantes para o Brasil, como, por exemplo, a mudança do sistema político, eleitoral e partidário. Trata-se da ênfase de questões muito relevantes que não estão sendo abordadas”, disse.
Dentre os pontos discutidos, o tucano defendeu o modelo do parlamentarismo e citou a reforma política como pauta emergencial para tirar o país da situação calamitosa na qual se encontra. “Temos que ter um sistema parlamentarista, onde a troca de governo seja uma solução, não um trauma como no Brasil. Basta lembrar que, depois da Constituinte, foram eleitos quatro presidentes. Um já foi impedido e outro está em vias de ser afastado. Um sistema desses é instável. Temos que poder trocar o governo sem nenhum trauma e, no parlamentarismo, isso é perfeitamente possível”, observou.
Crise econômica
De acordo com o parlamentar, o partido está focado em fazer o país retomar a atividade econômica e sair da situação de crise sem precedentes instalada pelo governo da presidente Dilma Rousseff. “Não estamos pensando em eleições. A crise, hoje, está muito feia e continua piorando. Temos que juntar forças para tirar o Brasil dessa situação, por cima dos interesses políticos-eleitorais desta ou daquela força. A meu ver, isso é o mais relevante”, completou.
O senador avaliou ainda como “tragédia” a situação do país sob o comando da presidente Dilma Rousseff. Ele acredita que a crise ajudará no avanço da reforma do sistema político. “Duvido que alguém, hoje, venha defender as virtudes desse presidencialismo que conduziu o país a esta tragédia. A economia brasileira nunca caiu do jeito que está caindo. O Brasil está em risco e precisamos somar forças para salvá-lo”, destacou.
Veja trechos da entrevista do senador paulista: