“O setor elétrico brasileiro e a falta de planejamento”, por Adriano Pires
A partir de 2012, por conta das barbeiragens na política do setor elétrico decorrente da MP n° 579, da falta de chuvas, bem como do atraso de obras, tornou-se necessário o maior acionamento das usinas termelétricas, para assegurar o fornecimento de eletricidade ao país. A partir de então, a geração térmica vem aumentando sua participação na matriz elétrica brasileira. Embora a geração hidrelétrica seja ainda predominante, com 71% do total, as demais fontes vêm ganhando espaço crescente. Em 2015, as usinas termelétricas atingiram uma participação de 23% da geração do país, enquanto em 2011 essa participação fora de apenas 5%. A participação das usinas eólicas, apesar de ainda ser pequena, vem também crescendo rapidamente, alcançando 3,6% da geração de eletricidade em 2015.
Em fevereiro de 2016, o Comité de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), visando reduzir o custo da geração, decidiu desligar as térmicas com Custo Variável Unitário (CVTJ) acima de RS 420/MWh, a partir de março. Serão desligadas do despacho na base sete usinas, com capacidade instalada de cerca de 2 mil MWmédios. Essa é a segunda vez que o governo decide pelo desligamento de térmicas mais caras. Em agosto de 2015, decidiu-se desligar 21 térmicas, com CVU superior a RS 600/MWh, trazendo redução 2 mil MWmédios na geração desta fonte. O desligamento das térmicas já era esperado em função da redução do consumo de eletricidade decorrente da combinação do tarifaço com o fraco desempenho económico.
Confira aqui a íntegra do artigo do diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), Adriano Pires, publicado no jornal Valor Econômico desta terça-feira (16).