“A exceção no Brasil”, por Marcello Richa

Acompanhe - 27/01/2016

Marcello Richa - sede ITV-PRManchete do jornal O Globo desta segunda (25/01) mostra que oito dos dez estados mais ricos do Brasil irão reduzir os investimentos em 2016. O jornal destaca que o Paraná é uma das poucas exceções do país, com um aumento de investimento de 21,73% na comparação com o ano anterior – aproximadamente R$ 3,5 bilhões, que somados com os investimentos que serão realizados pelas estatais (Copel, Sanepar, Compagas), chegará perto de R$ 8 bilhões.

Isso é resultado direto do reajuste fiscal realizado pelo governo do Estado no final de 2014 e durante 2015, já percebendo o dano que a crise econômica causada pelo governo federal poderia gerar no estado.  Houve medidas duras, mas necessárias, como a revisão das alíquotas de ICMS de 12% para 18% e do IPVA de 2,5% para 3,5%, que equilibraram os valores do estado com os utilizados no resto do país, bem como existiu um grande esforço e planejamento do governo estadual para diminuir sua própria estrutura e cortar gastos.

Dessa forma, cinco secretarias estaduais foram eliminadas, houve redução de 30% no valor do custeio e mil cargos comissionados deixaram de existir – importante ressaltar que atualmente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reconhece o Paraná como o estado com menor número de cargos comissionados em relação ao número de servidores do Brasil.

Além de diminuir o impacto da crise econômica, o reajuste fiscal trouxe resultados concretos e expressivos para o estado. De acordo com levantamento que mede o ambiente de negócios e competitividade por investimento no país, publicado pela revista Veja em janeiro de 2016, o Paraná é o segundo estado mais competitivo do Brasil, atrás apenas de São Paulo.

Em levantamento realizado pelo IBGE, o Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul e se tornou a quarta maior economia do país, e isso que possuímos apenas a sexta maior população do país. Reflexo de uma gestão que valoriza a iniciativa privada e trabalha em parceria para o desenvolvimento econômico, social e estrutural do estado. Programas como o Paraná Competitivo, que concede incentivos fiscais para a atração e ampliação de investimentos privados, trouxeram mais de R$ 40 bilhões em investimento para o estado e geraram milhares de empregos.

Na área social continuamos fortes e de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Paraná é o segundo estado com menor índice de desigualdade social. O funcionalismo público tem recebido atenção, com valorização salarial e melhores planos de carreira. De 2011 a 2015, a média linear de reajuste do salário base do funcionalismo foi de 67,05%. O porcentual é superior à inflação acumulada para o período, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é de 33,1%.

O Paraná mostra como enfrentar a crise e dá exemplo para o país. Diferente de estados como Rio de Janeiro (2ª maior economia do país) ou Minas Gerais (3ª maior economia do país), que sequer conseguem honrar suas folhas salariais, parcelando o pagamento aos servidores, e cortando investimento.

De acordo com o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) o investimento de aproximadamente R$ 8 bilhões para 2016 resulta em uma estimativa de aumento de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) e 0,7% do emprego no Paraná, ou seja, enquanto o Brasil irá seguir rumo à recessão, com diminuição de 3,5% do PIB e um número recorde de desemprego, o Paraná segue na contramão e será uma das poucas exceções em um país levado ao caos pelo governo petista.

Marcello Richa é presidente do Instituto Teotônio Vilela do Paraná (ITV-PR)

Temas relacionados:

X
27/01/2016