“A legítima herança maldita”, por Ademar Traiano
*Ademar Traiano é deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa do Paraná e presidente do PSDB do Paraná
O governador gaúcho José Ivo Sartori (PMDB) se debate com uma legítima herança maldita deixada pelo antecessor, o ex-governador Tarso Genro (PT). Além dos desequilíbrios financeiros, bombas-relógio como os reajustes salariais concedidos pelo antecessor.
Sartori tem a obrigação, por lei, de conceder reajustes, alguns de até 13,6%, todos acima 10% ao ano, até 2018. Uma conta que não fecha, em um estado oficialmente em “calamidade financeira” e em um país em recessão e com inflação declinante.
O caos financeiro é tamanho que o estado não tem conseguido honrar a folha de pagamentos do funcionalismo. Parcela salários e décimo-terceiro. Carros de polícia estão sem gasolina e os investimentos caíram a zero.
Longe de comemorar a tragédia vivida pelos gaúchos, cito esses dados para destacar a diferença da situação vivida pelo Paraná, governado pelo PSDB, que promoveu um rigoroso e, selvagemente combatido, ajuste fiscal no início de 2015.
Graças a ele o Paraná vive uma situação invejável. Apesar disso, setores da oposição e da mídia, fazem malabarismos risíveis para encontrar um viés negativo na realidade vivida pelo nosso estado.
Uma publicação local deu como manchete que o governador Beto Richa não teria cumprido as metas de investimento previstas no Orçamento. Teria investido “apenas” R$ 1,73 bilhão.
Para tentar tornar negativo um fato, evidentemente positivo, o jornal “esqueceu” os investimentos das estatais paranaenses, de R$ 4,05 bilhões. Somado ao 1,7 bilhão que saiu do Tesouro do estado, dá um total de R$ 5,79 bilhões de investimentos.
Só mesmo nosso folclórico espírito autofágico poderia enxergar nesses números exuberantes, que deveriam ser comemorados, um evento negativo a ser lamentado.