“A propaganda do PT longe da realidade”, por Horácio Lessa
Parecia boa, na realidade; excepcional, a iniciativa dada à juventude brasiliense de poder participar efetivamente das discussões do Governo do Distrito Federal e eleger, pela primeira vez, representantes no Conselho de Juventude do Distrito Federal (Conjuve-DF), no último dia 27 de abril de 2013. Teoricamente, a Lei nº 5.020, de 22 de janeiro de 2013, que institui o Conjuve-DF é perfeita demonstração da democracia, pois aproxima os jovens das discussões e decisões sobre políticas públicas do GDF que movem, mudam e transformam a Capital Federal. Contudo, a flexão verbal escolhida não poderia ter sido melhor. Isto, porque parecia e o que parece ser, nem sempre o é.
Artigo de Horácio Lessa
Parecia boa, na realidade; excepcional, a iniciativa dada à juventude brasiliense de poder participar efetivamente das discussões do Governo do Distrito Federal e eleger, pela primeira vez, representantes no Conselho de Juventude do Distrito Federal (Conjuve-DF), no último dia 27 de abril de 2013. Teoricamente, a Lei nº 5.020, de 22 de janeiro de 2013, que institui o Conjuve-DF é perfeita demonstração da democracia, pois aproxima os jovens das discussões e decisões sobre políticas públicas do GDF que movem, mudam e transformam a Capital Federal. Contudo, a flexão verbal escolhida não poderia ter sido melhor. Isto, porque parecia e o que parece ser, nem sempre o é.
Na prática, assistimos a verdadeiro festival de desordem e confusão. Não devemos, todavia, nos reportar apenas ao último sábado, data da 1ª Conferência Eleitoral da Sociedade Civil do Conjuve-DF, mas a toda a sua organização. O dinheiro gasto em propaganda, isso todo a Distrito Federal percebeu, serviu apenas para enaltecer a própria imagem do GDF dando ideia de atitude nobre em favor da juventude. Os problemas foram aparecendo, na medida em que se aproximava a eleição.
Pouco foi divulgado, à população, a respeito da transferência do local de votação da Câmara Legislativa para o Museu da República. Isto, numa administração que nunca teve muito pudor em despender dinheiro em propaganda. Só se explica, talvez, pela real falta de interesse do Governo do Distrito Federal na participação da juventude. Aliás, a própria alegação da Secretaria de Governo é completamente descabida, pois não há nexo algum em transferir a eleição, sob o argumento de possuir grande número de participantes, para um espaço aberto, onde se torna impossível manter qualquer organização.
Assim sendo, como era de se esperar, a desorganização foi a grande tônica da 1ª Conferência Eleitoral da Sociedade Civil do Conjuve-DF. Pessoas foram expostas a horas em fila sob o sol, durante todo o dia, para poderem se inscrever como eleitores, lidando não só com o calor escaldante, mas com a fome, visto que não foi possível distribuir alimentação para todos os presentes. Ao expirar o tempo previsto para a inscrição do eleitorado, foi entregue pedaços de papel, no pretexto, com todo respeito, ingênuo, de servir como senha, para se garantir aos remanescentes na fila o direito de se inscreverem. A falta de organização ocasionou a impossibilidade de algumas pessoas de se cadastrarem e até a ocorrência de fraude, objeto de declaração expressa da organização do evento que admitiu que algumas pessoas fizeram cópias das senhas de papel, dando as falsificações para quem não tinha mais direito à inscrição.
Além disto, houve descumprimentos de horários e toda a burocracia do evento estava inibindo a participação popular. A abertura da votação foi realizada mais de uma hora depois do prazo previsto, depois de fortes descontentamentos, xingamentos e gritos de protesto dos presentes e encerrada antes do tempo marcado. A falta de planejamento em relação ao procedimento de votação gerou uma aglomeração desordenada na entrada do Museu da República e soou até risível os pedidos da organização de garantir a entrada dos mais idosos e pessoas com assistência especial, visto que era impraticável a qualquer um atravessar tamanha multidão. Não havia fila pré-estabelecida para ninguém, muito menos alguma preferencial. A Polícia Militar foi chamada como forma de coagir a manifestação popular. Caixas de som, pertencentes à militância do Partido dos Trabalhadores, foram ligadas em volume ensurdecedor com o objetivo único de abafar os protestos e insatisfações. Ironicamente, tocavam músicas exaltando a liberdade de expressão e livre escolha de ideologia.
O descaso com a eleição dos representantes da juventude do Distrito Federal fez do último sábado um evento vergonhoso. A total impossibilidade em se iniciar o processo de votação fez com que muitos dos presentes se sentissem desestimulados a participar. Inúmeras pessoas desistiram de contribuir com seu voto, seja por terem outros afazeres ou por terem desacreditado na seriedade daquele evento, o que diminuiu sensivelmente o quorum dos votantes. No final, muitos perderam o dia inteiro sem conseguir exercer a plena cidadania.
Com todos estes erros, falta de compromisso e descaso, a legitimidade da 1ª Conferência Eleitoral da Sociedade Civil do Conjuve-DF está em xeque. Houve falta de critérios claros da votação, declaração direta da organização de ocorrência de fraude, questionamentos a respeito de quem foi o responsável pela distribuição de alimentos e confecção das camisetas do evento, bem como, desrespeito aos idosos e pessoas com deficiência.
Nós, da Juventude do Partido da Social Democracia Brasileira (JPSDB/DF), não concordamos e nem admitimos esse tipo de desrespeito para com a população. Pedimos que o Ministério Público apure as irregularidades ocorridas na 1ª Conferência Eleitoral da Sociedade Civil do Conjuve-DF no último sábado dia 27 de abril de 2013 e garanta à população do Distrito Federal o respeito de que todos merecem.
*Presidente da Juventude do PSDB-DF