“As dores do parto de um sistema de transporte coletivo digno”, por Alberto Goldman

Artigo do vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman

Acompanhe - 17/01/2013

Artigo do vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman

George Gianni / PSDBOperando acima de 100% de sua capacidade há mais de um ano, a Linha 4-Amarela do Metrô já orienta seus usuários a seguirem uma estação adiante caso não consigam descer na estação de destino. Divulgado de alguns em alguns minutos, o aviso sonoro é, de acordo com a concessionária Via Quatro, uma orientação de segurança. Essa é uma matéria do Estadão.com de hoje.

Pode parecer que isso significa má administração da Companhia ou incompetência do governo. Pelo contrário, significa que a ampliação e modernização de todo o sistema de trilhos, Metrô e CPTM, amplia a qualidade e o oferecimento de novas alternativas para o transporte coletivo, que passam a atrair milhões – não exagero, milhões – de novos usuários. Pessoas que faziam parte do seu percurso a pé, pessoas que usavam o seu carro particular, pessoas que utilizavam os ônibus urbanos ou qualquer outro meio de transporte passaram a usar o metrô e a CPTM porque para elas as novas linhas, ou as linhas melhoradas, lhes forneceram uma alternativa atraente.

Isso deve continuar acontecendo com a ampliação das linhas que estão sendo construidas e com a melhoria do sistema da CPTM, ou seja, cada vez mais pessoas passarão a utilizar esses meios de transporte. Vai chegar um certo momento, quando a rede já atender a toda a demanda reprimida (repito, gente que vai a pé, de carro ou de ônibus), que a ampliação e melhoria do sistema de trilhos terá efeitos apenas qualitativos, de diminuição de número de pessoas transportadas por metro quadrado de vagão. Só então os problemas que temos hoje serão minimizados.

Mas, no frigir dos ovos, são dores de um parto que faz nascer um transporte coletivo digno para a população. Teria sido menos doloroso se os governantes, há décadas, tivessem tido a preocupação e a competência para enfrentar o que era visível que aconteceria mais adiante nesta cidade que crescia de maneira alucinante.

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17/01/2013