“As supercélulas”, artigo da senadora Lúcia Vânia

Artigo da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO)

Acompanhe - 25/02/2013

Artigo da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO)

George Gianni / PSDBQuero conversar hoje sobre um assunto da mais alta relevância científica, que está trazendo esperança ao tratamento da saúde de milhares de pessoas no Brasil e no mundo. Refiro-me às pesquisas com as células-tronco.

Pela relevância do assunto, o Jornal Nacional, da TV Globo, veiculou, recentemente, uma série de quatro episódios sobre pessoas que estão sendo tratadas ou estão buscando tratamento com o uso de células-tronco.

Durante o tempo em que estive à frente da Comissão de Assuntos Sociais do Senado empenhei-me, exaustivamente, por este assunto. Mais precisamente, refiro-me à Lei de Biossegurança, aprovada pelo Congresso Nacional, e sancionada pelo presidente Lula em 2005. Entre outras coisas, a lei permite a utilização de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa e terapia.

Coordenei uma audiência pública que teve a presença de cerca de 40 senadores, entre eles líderes partidários do PSDB, PFL, PT e PMDB. Participaram como convidados daquela reunião, pesquisadores cujo trabalho com células-tronco era e é reconhecido em todo o mundo científico. Dentre eles a doutora Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos do Genoma Humano da USP e Diretora do Instituto Nacional de Células-Tronco; os doutores Dráuzio Varella e Patrícia Pranke, pesquisadora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, além de outros especialistas.

Numa audiência em que metade dos senadores esteve presente concluiu-se que regulamentar a pesquisa com as células-tronco era o mais importante naquele momento, porque o assunto diz respeito diretamente à vida e da melhoria da saúde de pessoas para as quais não havia mais esperança de recuperação.

Hoje, com o respaldo do Supremo Tribunal Federal, que julgou improcedente Ação Direta de Inconstitucionalidade contra o Artigo 5º da Lei de Biossegurança, que envolve as pesquisas com células-tronco embrionárias, os experimentos científicos continuam reacendendo a esperança daqueles que buscam a cura.

As pesquisas com células-tronco para tratar cardiopatias avançam no Brasil. Ao todo, 600 voluntários já participaram de um teste clínico considerado um dos mais avançados do mundo. A pesquisa envolve médicos e cientistas de 40 instituiçoes do país. Uma das reportagens da série do Jornal Nacional apresentou um caso de tratamento no Instituto do Coração de São Paulo, cujo paciente teve praticamente 100% da capacidade de funcionamento do seu coração recuperada.

O Brasil conta com oito Centros de Tecnologia Celular, instalados na USP, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na PUC de Curitiba, no Paraná, no Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro e no Instituto San Rafael, em Salvador. Nesses centros de pesquisa, testes estão sendo feitos para regenerar cartilagem e recuperar o fucionamento da articulação do joelho e do quadril, controlar o diabetes, tratar vítimas de lesão medular e doenças do fígado. Alguns desses estudos científicos são inéditos em termos de desenvolvimento tecnológico na área da medicina regenerativa em todo o mundo.

Evidentemente, os especialistas avisam que muito do que tem sido feito ainda está em fase de experimentação. Não se prometem milagres. Mas a esperança está acesa e as pesquisas continuam na busca dos melhores resultados.

Em Goiás, mais precisamente no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Goiás, a pesquisadora, professora Lídia Andreu Guillo, titular do Departamento de Bioquímica, tem sido referência nas pesquisas com as células-tronco embrionárias. A professora está à frente de um plano bem sucedido de magnetização de células-tronco por meio de nanopartículas, com repercussão em dois artigos em publicações científicas internacionais.

Aproveito para oferecer o meu apoio aos pesquisadores goianos na continuidade deste trabalho, que tem repercussão inestimável para pessoas portadoras de vários tipos de enfermidades.

Apelo, também, ao Governo do Estado no sentido de que a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) seja fortalecida para apoiar estas e outras pesquisas que venham ao encontro da saúde da população.

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25/02/2013