“As urnas são a melhor resposta ao mensalão”, por Tadeu Afonso
Artigo de Tadeu Afonso
Num de seus últimos filmes – “Satyricon”, uma obra prima da história do cinema – o diretor Federico Fellini traça um paralelo entre o final da Era Pagã e as primeiras luzes da Era Cristã.
Em todas as cenas externas, ele mostra uma noite que já acabou (a Era Pagã) e um dia que está mal nascendo (a Era Cristã).
Hoje, no Brasil, com as eleições de amanhã e o julgamento do mensalão, vivemos uma situação semelhante.
O Brasil da corrupção, do compadrio, da malandragem, da companherada, da impunidade, da falta de compostura e do aparelhamento do Estado por uma camarilha está morrendo com o julgamento do mensalão.
Como bem disseram alguns ministros do STF, a República não tolera mais o poder que corrompe e nem o poder que se deixa corromper.
Resta aos brasileiros, a partir desse julgamento, a construção de uma República baseada na honra, na decência, na democracia, na probidade e num Estado público a serviço de todos os brasileiros.
Assim, nada melhor do que o voto livre e soberano da cidadania para afugentar o mensalão e punir com as penas da lei os mensaleiros.
É o voto que abre janelas, deixa a luz entrar em quartos fechados, areja os ambientes e mostra as pessoas como elas são.
Nas eleições passadas, o PT sempre anunciou uma “onda vermelha” que lhe entregaria a hegemonia política no Brasil.
Felizmente, os petistas não consultaram antes os brasileiros, que acabaram sempre preferindo a diversidade à hegemonia nas urnas.
E, com o mensalão, o PT já mostrou o que faria com o país se ficasse com a supremacia nesta República.
Assim fica o desafio: nas urnas deste domingo, vamos fulminar o mensalão e os mensaleiros do mesmo modo como a Era Cristã afugentou a Era Pagã.
O voto é a única alternativa à barbárie e à corrupção.
Só assim o Brasil poderá ser uma República de homens dignos, honrados e livres.