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“Cenário econômico 2013”, por Lúcia Vânia

Acompanhe - 23/01/2013

Lucia Vania foto ABrNo artigo publicado na semana passada, Ônus ou bônus, alertei para o perigo de o Brasil perder a oportunidade de aproveitar o seu período de bônus demográfico, pela favorável distribuição de suas faixas etárias até o ano 2020.

Agora faço um esforço de descortinar o que nos espera neste ano de 2013. Se no início de 2012 podíamos ver um cenário róseo para a economia brasileira, hoje podemos vislumbrar nuvens escuras sobre o cenário econômico do país.

Olhando de fora para dentro, e começando com a visão da Organização Mundial do Comercio (OMC), percebemos cautela e realismo. A entidade entende que a conjuntura econômica mundial continuará a ser difícil para a expansão do comércio, fazendo decrescer as importações das nações desenvolvidas com a consequente desaceleração dos países em desenvolvimento, dentre os quais nos encontramos. O temor é de que as pressões protecionistas afetem o sistema multilateral do comércio mundial. Escapam a esse quadro os produtos da Tecnologia da Informação, que podem repercutir favoravelmente no comércio mundial.

Por sua vez, a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), sinaliza que a América Latina e o Caribe poderão experimentar uma aceleração no seu crescimento econômico, em relação a 2012, puxado principalmente por Brasil e Argentina. A entidade prevê que a região possa crescer pelo menos 3,8% neste ano. Mas não esquece de citar o contexto da crise na Europa e nos Estados Unidos, mesmo considerando os esforços para a sua superação.

O Fundo Monetário Internacional (FMI), por sua vez, entende que há um pequeno alívio na crise europeia, além de soluções à vista nos desequilíbrios fiscais nos Estados Unidos e no Japão. Por isso, entende o FMI que as economias emergentes, dentre as quais se coloca o Brasil, continuarão a puxar o crescimento global. Mesmo assim, prevê uma fraca recuperação da atividade econômica mundial.

Internamente, a Federação Brasileira de Bancos, a FEBRABAN, prevê a manutenção da expansão do crédito e a continuidade da taxa Selic em 7,25%, conforme confirmou decisão do COPOM dessa semana.

A previsão para o crescimento da economia brasileira, segundo a FEBRABAM, coincide com a maioria dos analistas, cravando 3,5% para o PIB, levando em consideração as possibilidades gerais de recuperação da economia interna, principalmente nos setores da agropecuária e da indústria.

Quanto à inflação há uma projeção, ainda, de 5,4%, um pouco abaixo dos 5,6% de 2012, mas acima da meta programada de 4,5%.

Questionada por jornalistas sobre a sua expectativa para o crescimento do PIB 2013, a presidente Dilma respondeu que espera um “pibão”. Para isso, naturalmente, o governo deverá fazer o dever de casa tomando iniciativas de incentivo ao crescimento, à produtividade. A indústria, por sua vez, precisa ter parâmetros de um ambiente seguro para os investimentos sob pena de entrarmos num processo de desindustrialização. Conforme o relatório Focus, divulgado pelo Banco Central, a indústria tem tido a sua participação reduzida no PIB. Se em 1985 a indústria representava 27,5% do PIB, hoje representa 13,6%.

As perspectivas para o mercado de trabalho são alvissareiras e, ainda, há falta de mão de obra especializada, conforme já analisei em outro artigo. Além do quê, as perspectivas dos grandes eventos que se aproximam, a Copa das Confederações, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, devem aumentar a empregabilidade.

Recente matéria publicada por revista de circulação nacional, entrevistando os maiores especialistas do país, apontou medidas pontuais que, acatadas, poderão estimular o crescimento do país: fazer mais com menos e gastos sociais para quem precisa, no âmbito do social; menos corrupção; o ‘pibão”; mais dinheiro no boldo do trabalhador; a solução dos contratos trabalhistas; a aposta na próxima geração; prover escolas que ensinem; rapidez na justiça; saúde de qualidade e, fundamental, infraestrutura moderna.

Verifica-se que o país tem o diagnóstico e as soluções. Esperamos que as medidas necessárias sejam efetivamente implementadas.

Lúcia Vânia é senadora (PSDB) e jornalista

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23/01/2013