Colunista analisa quem perde com os vetos de Dilma Rousseff

Baptista Chagas de Almeida publicou no jornal Estado de Minas sua opinião sobre dois vetos presidenciais analisados por Dilma Rousseff.

Acompanhe - 19/09/2012

Artigo de Baptista Chagas de Almeida publicado na edição de terça-feira (19) do jornal  Estado de Minas

Derrubar veto presidencial no Congresso é missão quase impossível. Só se houver um grande acordo. Como a base do governo, pelo menos a mais chegada ao Palácio do Planalto, nunca topa, isso praticamente não acontece. Por esse motivo, mesmo quando derrotado no Legislativo, o Palácio do Planalto tem sempre a sua última cartada, a caneta presidencial. E foi isso justamente o que aconteceu. Deu no Diário Oficial da União de ontem: a presidente Dilma Rousseff vetou o projeto que aumentava os royalties cobrados na mineração. Quem mais perde? Minas Gerais, é claro, e o Pará, dois estados governados por tucanos.

A presidente Dilma vetou também a isenção dos produtos da cesta básica, outra iniciativa dos parlamentares do PSDB, que deixaram sem jeito os integrantes da base aliada ao governo federal. Afinal, pega mal votar contra uma proposta que desonera o prato de comida. A missão ingrata ficou para a caneta de Dilma. E ela fez o que julgou ser mais certo. Quem mais perde? Exatamente a camada mais carente da população, que paga imposto até para comer um prato que só tem arroz e feijão e mais nada.

Em outros setores da economia, a generosidade da equipe econômica é sempre maior. Eles ganham as benesses oficiais e deixam de lado a busca por produtividade para competir com outros países. E ficam mal-acostumados. Sempre querem mais, sempre pedem – e levam – a prorrogação da diminuição nos impostos que usam para vender mais. Quem mais perde? Os programas sociais do governo. Cada centavo que não entra nos cofres públicos deixa de neles ser aplicado.

E assim caminha a humanidade. Para os estados mineradores, fica o imenso buraco da extração como herança. Para os mais pobres, o prato de comida mais caro. Para os poderosos, isenção de impostos. Quem paga essa conta? O contribuinte. Você.

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19/09/2012