“Consciência das massas”, Valério Marinho
“O povo acordou e o regime democrático tem agora na defesa da sua existência um arauto sem atravessadores é a massa que vai ás ruas”
Artigo do presidente do PSDB-RN, Valério Marinho
Em 1968 o mundo amanheceu, em certo dia de primavera, transtornado por movimentos de massas populares conduzidas pelos estudantes da Universidade da Sorbonne em Paris, os quais movimentavam a cidade luz protestando contra o momento social de então. Havia uma fonte filosófica que inspirava aquele movimento de liberdade e expressão democrática, originava-se das ideias do grande filosofo Jean Paul Sartre. Havia também um estudante Michael Cohen Bendit que era a liderança estudantil referencial. Era o renascer das barricadas no século passado, dos carbonários da época de Napoleão III, a massa social se rebelava. A partir de então muitos mitos foram superados a velocidade das informações em tempo real o reconhecimento cada vez mais do direito dos homens ocasionaram um tsunami social que causa perplexidade em todo mundo.
Como explicar tais movimentos se alastrando pelo mundo Árabe em toda África do Norte. Como explicar as reações das sociedades europeias em face da crise econômica desencadeada pela falência do mercado comum europeu no sistema monetário do euro com desemprego e crises de xenofobia.
E, agora em nosso país, quando todas as “bondades” da bolsa família e demais bolsas, que diariamente são oferecidas como moeda eleitoral, não conseguem tapar os raios do sol da verdade que ultrapassam o coadouro oficial da mentira.Eis que o povo clama por direitos. Que direitos são esses? Onde eles estão? Por que impulsionam essas emoções e esses gestos. Os sociólogos estão perplexos, os cientistas políticos também, as massas sempre se movimentaram tendo a frente uma liderança, hoje elas se movimentam de forma suprapartidária e o que tem como farol a iluminar o seu itinerário são ideais, somente ideais. Não serão alguns grupelhos de aproveitadores, arruaceiros e oportunistas que desvirtuarão o sentido maior do movimento, movimento este que encontra sua estrela guia na Carta Maior do Brasil, a nossa Constituição, com seus direitos fundamentais.
O povo acordou e o regime democrático tem agora na defesa da sua existência um arauto sem atravessadores é a massa que vai ás ruas. Sem nome, sem rosto, mais é a nação que caminha clamando por justiça, por educação de qualidade, por uma saúde eficiente, pelo transporte condigno, pelo emprego produtivo, pela eficiência do serviço público, pela probidade administrativa, pelo acesso á terra, pela igualdade social e por todos aqueles direitos fundamentais esculpidos com tantos sacrifícios no contrato social da Nação Brasileira.
Hoje não se pode fazer como na revolução francesa: ” … se não existe pão por que não lhes darem bolos” como na frase celebre da infeliz Maria Antonieta. Não será a copa do mundo a panaceia para acalmar a indignação do tecido social que se revolta. É sintomática a vaia monumental que sofreu a primeira mandatária do Brasil quando da abertura da Copa das Confederações. Ninguém pode dizer que houve ajuste, que foi orquestrada. A vaia foi um momento puro de emoção em que o brasileiro lúdico buscava na vitória de uma seleção de futebol uma alegria que lhe falta no cotidiano de suas aspirações. Ali se vivenciava um momento em que estavam despidos de preconceito, partidarismo ou preferências. Ali estava o povo que queria e quer mudar. A dissimulação ou a indiferença quanto ao episódio não devem passar despercebidas. A nação está á procura de um novo destino. Resta a todos que assistem a esse processo de transformação a dualidade da preferência, virar as costas ou participarem da marcha da verdade a qual, a cada dia, mais e mais é engrossada pelos homens e mulheres de bem que dela participam.
Informações do PSDB-RN