“Cooperação pela água”, artigo da senadora Lúcia Vânia
* Artigo da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) publicado no jornal O Popular (GO)
O uso responsável e equilibrado da água tem sido uma preocupação crescente do Brasil e da comunidade internacional.
Sexta-feira, 22, foi comemorado o Dia Internacional das Águas. Este ano de 2013, especificamente, foi declarado pelas Nações Unidas o Ano Internacional da Cooperação pela Água, com o objetivo de conscientizar a população, as cidades, as regiões, os Estados e os países a agir de forma compartilhada para a adequada distribuição deste líquido tão precioso.
Por um lado, é possível perceber que tem crescido a consciência sobre esse grave problema, capaz de afetar praticamente todo o planeta. Por outro, ainda há muito caminho a ser percorrido para que alcancemos a sustentabilidade quanto ao uso dos recursos hídricos.
Não custa repetir que somente 2,5% das águas do planeta encontram-se disponíveis na superfície terrestre, dos quais apenas uma pequena parcela, de 0,3%, está nos rios, lagos e outros cursos d’água doce de superfície. Uma grande parte da água do planeta está nos lençóis subterrâneos, nas geleiras e nos mares. Portanto, não disponível para o consumo imediato.
A diminuta parte imediatamente disponível para todas as formas de uso encontra-se sob pesada pressão decorrente do consumo crescente. Não por acaso, a “Declaração Universal dos Direitos da Água”, publicada pela Organização das Nações Unidas, alerta: “os recursos naturais de transformação da água em água potável são lentos, frágeis e muito limitados. Assim sendo, a água deve ser manipulada com racionalidade, precaução e parcimônia”.
Em Goiás temos um projeto chamado “Museu da Água – Goiás”, de autoria de Washington Novaes e João Novaes, que tem como preocupação alertar a população de Goiás e do Brasil sobre temas como a conservação dos recursos naturais, desperdício, contaminação e poluição hídricas, eficiência energética e hídrica. Os dois ambientalistas também visam estimular o consumo consciente. De fato o seu funcionamento pode ser um exemplo para o Brasil, já que está situado num estado chamado o berço das águas do país.
No Brasil, apesar de problemas localizados, podemos nos considerar privilegiados, pois dispomos de amplos reservatórios, ainda que irregularmente distribuídos ao longo do território. Goiás, em particular, foi bem aquinhoado pela natureza, pois há nele ao menos quatro grandes bacias hidrográficas: a do Rio Araguaia, a oeste; a do Rio Tocantins, ao norte; a do Rio São Francisco, a leste; e, principalmente, a bacia do Rio Paranaíba, que abastece 75% da população goiana.
No Ano Internacional pela Cooperação da Água é bom lembrar que uma boa gestão inclui diversos componentes. Deve-se obedecer a princípios de parcimônia, equilíbrio, prevenção, modicidade de preços, justiça e interesse social, imparcialidade na resolução de conflitos. Tudo para que fique assegurado o uso racional e justo dos recursos hídricos.
Somos o berço das águas, mas vamos entrar no espírito da cooperação por esse líquido tão precioso.