“Em defesa da política e da vida pública”, por Marcus Pestana

Artigos - 27/07/2015

Artigo do deputado federal Marcus Pestana (PSDB-MG) publicado no jornal O Tempo nesta segunda-feira (27)

Tempos sombrios os nossos. Se não bastassem as históricas desigualdades sociais e a crise econômica profunda, o mundo político se afunda cada vez mais num lodaçal de corrupção, num pântano, no qual a ética não tem vez e a ideia republicana do espaço e do interesse públicos é invadida por objetivos menores e mesquinhos. A arte da política está nublada pelo pragmatismo cego e oportunista. O patrimonialismo, o clientelismo, o corporativismo e a falta de princípios parecem dominar a cena. A cada operação da Polícia Federal e do Ministério Público, a mancha da corrupção engolfa lideranças políticas e partidos.

A credibilidade das instituições políticas cai meteoricamente. Os homens públicos deveriam despertar respeito e admiração. Mas, hoje, os cidadãos em geral têm desconfiança, desprezo ou repulsa pela política. Lembro-me de como líderes da estatura de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Mário Covas e Teotônio Vilela despertavam na minha geração esperança e confiança. Eram atores movidos pelo compromisso com a nação e o povo. Suas condutas morais nunca foram colocadas em xeque. Como disse, certa vez, Tancredo: “Sempre que você transige em princípios, ganha um episódio, mas apenas um episódio. Perde em substância, e permanentemente”; e ainda: “Sou pragmático e conciliador na ação, mas inflexível em matéria de princípios”. Princípios, princípios… Uma palavra que parece meio fora de moda na vida pública brasileira.

Nos tempos de movimento estudantil e de luta contra a ditadura, minha geração imaginava mudar o mundo e o país pela política. Hoje, vemos referências daquela época mergulhadas em escândalos e pegas em traição aos sonhos de juventude na busca de enriquecimento pela via fácil da corrupção.

Clique AQUI para ler a íntegra do texto.

X
27/07/2015