“Festejar quando o benefício se tornar desnecessário”, por Alberto Goldman
Artigo do vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman
Artigo do vice-presidente nacional do PSDB, Alberto Goldman
Qualquer distribuição de dinheiro é fácil. Basta definir critérios de quem tem o direito de receber. A cada ano o governo federal encontra mais algum grupo de pessoas para o qual destina algum dinheiro ou aumenta a quantia que é doada, seja a famílias, seja a indivíduos membros de uma família, por se encontrarem abaixo da linha da pobreza ou abaixo da linha da miséria.
Nada contra. Isso já vem sendo feito há muito tempo, não só pelo governo Fernando Henrique e pelo governo Dilma. Antes deles, prefeitos e governadores. É dar um mínimo a alguém para a sua sobrevivência, sem discutir a razão dele não ter um mínimo de renda.
Mas isto não pode ser política de governo. Deve ser um momento na vida de uma Nação que o governo e a sociedade lutam para ser superado. Isto é, distribuir dinheiro não é o objetivo. O objetivo é não precisar distribuir dinheiro. Vale dizer que o governo e a sociedade são vitoriosos não quando se acrescentam mais milhões de pessoas aos programas distributivos, ou quando se encontram outras razões para a distribuição, mas quando se verifica que milhões de pessoas saem do programa, porque já conseguem obter renda de seu trabalho e não mais precisam do auxílio.
Política de governo é a criação de empregos, é uma educação de qualidade para a formação universal do indivíduo e para a sua qualificação profissional. É dar condições de uma adequada habitação, do fornecimento de água, de energia elétrica, de saúde, de segurança, de cultura.
Cantar vitória apenas com o aumento dos valores e do número de pessoas beneficiadas é muito pouco para qualquer governo sério. É para isso que precisamos da “competência” da Dilma? É com isso que se comemora 10 anos de governo? Só isso? Quais as reformas que foram feitas? Quais são as mudanças que nos dão a perspectiva de não termos mais ninguém que necessite de um benefício governamental?
Vamos festejar, não quando se amplia o programa de distribuição mas quando, pelo contrário, o programa vai se tornando menos abrangente e desnecessário. O resto é demagogia.