Insensata corrupção!
Tão impactada quanto a opinião pública brasileira com as notícias que nos chegam todos os dias através da mídia, comento sobre as consequências da corrupção para o Brasil como país.
*Lúcia Vânia
Tão impactada quanto a opinião pública brasileira com as notícias que nos chegam todos os dias através da mídia, comento sobre as consequências da corrupção para o Brasil como país.
Pesquisas do Banco Mundial através de um banco de dados, envolvendo 160 países, resultaram em indicadores de boa governança, incluindo a corrupção. Por esse indicador o Brasil ocupa a 70ª posição.
Considerando que corrupção produz pobreza e tem efeito devastador sobre o desenvolvimento de um país, o que isso significa para o Brasil, na prática? Ou, ainda, qual o nosso “custo corrupção?”.
O custo corrupção é representado por todo o montante de recursos que deixa de ser aplicado no país, porque é desviado para as práticas de corrupção.
O professor Marcos da Silva, da USP e da FGV, doutor em economia, especialista em relações entre política e economia, faz complexos cálculos de econometria para nos dar uma visão no mínimo chocante.
Os seus estudos concluem que o custo médio da corrupção no Brasil é estimado entre 1,38% a 2,3% do PIB, isto é, de R$ 41,5 bilhões a R$ 69,1 bilhões (em valores de 2008).
Ora, R$ 41,5 bilhões representam 60,2% dos investimentos públicos em 2008 (excluídos os investimentos das estatais federais) e 7,4% dos investimentos totais.
Esse montante da corrupção equivalia a 27% dos gastos com educação no período e 40% dos gastos com saúde. Na segurança pública o valor ultrapassou os gastos totais de estados e união no período, que foram de R$ 39,52 bilhões.
O total de R$ 41,5 bilhões significaram 2,3% do consumo das famílias brasileiras.
Se o dinheiro desviado para a corrupção fosse aplicado na educação, somente os recursos do ensino fundamental poderiam ser aumentados em 48%, ou 16,4 milhões de alunos a mais.
No SUS, com dados de 2007, os recursos da corrupção permitiriam a manutenção de mais 367 mil e 400 leitos. Vê-se que os níveis de corrupção no Brasil são um dilema concreto para a sociedade brasileira. E não podemos culpar apenas os governos e/ou as instâncias públicas. Eduardo Giannetti, PhD pela Universidade Cambridge, Inglaterra, é taxativo ao afirmar que nós, sociedade brasileira, não somos diferentes do que aí está.
Em outras palavras os brasileiros gostamos da frase de Sartre “o inferno são os outros”, como se nada tivéssemos a ver com as bandalheiras correntes.
Então: tomaremos atitudes ou ficaremos de braços cruzados vendo os desonestos se locupletarem?
Insensata corrupção!
Da Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado