“Mais política, menos propaganda”, por Danilo de Castro
A governabilidade do PT há tempos está colocada em xeque. Essa crise em curso é formada por diversos episódios políticos. No coração do governo federal, ainda no governo Lula, a sociedade brasileira deparou-se com o escândalo de corrupção, depois, já no governo Dilma, assistiu à queda sucessiva de ministros iniciada em junho de 2011.
Agora, sob a ressaca das cascatas de manifestações, o governo petista atinge seu ponto crítico no que tange à governança: pactos frágeis, racha da base aliada no Congresso, economia de mal a pior e articulações caducantes.
A queda progressiva na avaliação do desempenho da Presidenta adicionada à espera de uma reforma ministerial e de um plebiscito infactível inflama o desgaste no Palácio do Planalto e revela o fracasso da antecipação do nome de Dilma à reeleição.
O senador Aécio Neves, em seu artigo desta semana para a coluna do jornal Folha de S.Paulo, afirmou que, com a antecedência do lançamento da candidatura da atual presidente, o PT colocou em marcha sua campanha eleitoral, forçando o governo a escolher entre a lógica da reeleição e os interesses do país.
Nesse contexto, a lógica do marketing ganhou poder de decidir prioridades capazes de fortalecer a imagem da candidata para a próxima eleição presidencial. Essa conjuntura arquitetada pelo PT debilita a gestão, colocando em grave risco a governança.
Nós, brasileiros, queremos medidas e resultados concretos no combate à inflação, perspectiva de diálogo e o fortalecimento das unidades federadas e dos municípios. É fundamental fazer mais política e menos propaganda.
Danilo de Castro é secretário de Estado de Governo de Minas Gerais