“Não deixem o BC sozinho”, por Celso Ming
“Dilma não está levando a sério os princípios republicanos que pedem austeridade e, sobretudo, transparência”
Artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira (11)
Em entrevista publicada no Estadão de sábado, o ex-ministro Delfim Netto advertiu para a inadiável necessidade de arrumar as contas públicas. Sem ajuda da política fiscal, disse ele, o Banco Central será obrigado a puxar os juros básicos para dois dígitos.
A condução da política fiscal (receitas e despesas do governo) está em deterioração. É o que o Banco Central vem denunciando há meses quando escreve em seus documentos que “a política fiscal é expansionista”.
No final de 2012, a Fazenda recorreu a truques contábeis para fingir que cumpriu suas metas e, neste ano, além de aumentar as despesas mais do que o avanço do PIB, vai antecipando artificialmente as receitas e adiando o que pode as despesas. Além disso, o Tesouro assume compromissos de impacto pouco transparentes sobre as contas públicas, como a derrubada dos juros cobrados nas generosas e pouco explicadas transferências ao BNDES.
Por declarações do secretário do Tesouro, Arno Augustin, já sabemos que o governo não se sente obrigado a cumprir à risca a Lei de Diretrizes Orçamentárias. Está determinado a operar o fole do Tesouro supostamente como instrumento de políticas anticíclicas, que nunca vão nas duas direções, mas sempre na de maiores despesas.
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