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“O Brasil precisa de uma oposição forte e atuante”, por Alberto Goldman

Artigo do vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman

Acompanhe - 21/03/2013

Artigo do vice-presidente do PSDB, Alberto Goldman

Alberto Goldman Foto George Gianni PSDBSaber que o governo Dilma Roussef tem 63% de aprovação na última pesquisa IBOPE, não me desanima, não me desestimula. Tenho plena consciência das razões que levam o povo, majoritariamente, a afirmar em uma pesquisa de opinião que o governo é bom ou ótimo. E bem sei como é difícil a luta política da oposição nestas condições.

Sem querer fazer um paralelo com outras épocas e outras condições objetivas, conjunturas e realidades diferentes das de hoje, e apenas para mostrar como as coisas podem mudar rapidamente, invoco o final da década de 60 e início de 70, depois do golpe militar, exatamente quando me dispus a enfrentar minha primeira eleição a deputado estadual em São Paulo. O período era um dos mais terríveis da história brasileira, logo após o Ato Institucional número 5 que aprofundou a ditadura, cassando e prendendo milhares de brasileiros. Nas eleições de 1970, em São Paulo, com a existência de apenas dois partidos, o do governo, a ARENA, venceu com cerca de 75% dos votos ( só havia eleições parlamentares ), ficando a oposição, o MDB, com 25%. O presidente da República era o general Médici, de 69 a março de 74 e depois o general Geisel. Durante o governo Médici a euforia popular era enorme, e o governo tinha altos índices de aprovação, superiores aos atuais de Dilma Roussef. Parecia que nós, da oposição, batíamos em ferro frio.

Pois bem, quatro anos depois, nas eleições de 1974, em São Paulo, a oposição fez 2/3 dos votos e o governo apenas 1/3. E elegemos o senador com votação acachapante. O fenômeno se repetiu, com menor intensidade, em vários Estados do país. A oposição, leia-se MDB, que havia sido dizimada nas eleições de 1970 voltou em 74, ao Congresso Nacional, muito forte, ainda que não majoritária. Foi o início do fim do regime ditatorial que acabou, de fato, com a eleição indireta de Tancredo Neves em 1985. Em 1986 foi eleito um Congresso Constituinte que elaborou uma nova Constituição.

Eu poderia citar muitos outros exemplos de governos populares que, por diversas razões, deixam de ter o apoio popular. Mesmo recentemente poderia citar o governo Fernando Henrique Cardoso, muito popular no primeiro mandato e altamente contestado no segundo, sob a artilharia da oposição petista.

Não podemos perder essa perspectiva histórica. Se estamos conscientes da correção de nossas convicções, temos de batalhar. Sem ação oposicionista, aí sim, o governo pode se eternizar. O Brasil precisa de uma oposição forte e atuante.

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21/03/2013