“O exemplo de Mário Covas”, artigo de Thelma de Oliveira
“Vocês, marmanjos! Não adianta ficar com essa cara de bravo, porque as casas vão mesmo em nome de suas mulheres.” Assim, dessa forma direta e franca, o então governador paulista Mário Covas abria as cerimonias do sorteio e a entrega de moradias para a população carente. A frase fazia sentido na já distante década de 90 quando, de maneira pioneira e inovadora, Covas determinou que as escrituras desses, imóveis fossem registradas no nome da mulher e não no do marido, como ocorria antes.
Artigo da presidente do PSDB-Mulher, Thelma de Oliveira
Brasília – “Vocês, marmanjos! Não adianta ficar com essa cara de bravo, porque as casas vão mesmo em nome de suas mulheres.”
Assim, dessa forma direta e franca, o então governador paulista Mário Covas abria as cerimonias do sorteio e a entrega de moradias para a população carente.
A frase fazia sentido na já distante década de 90 quando, de maneira pioneira e inovadora, Covas determinou que as escrituras desses, imóveis fossem registradas no nome da mulher e não no do marido, como ocorria antes.
Injustiçado e afastado da política por dez anos por perseguição do regime militar, Covas tinha aquela sensibilidade do político que sente as reais necessidade do povo, daqueles segmentos que também são injustiçados no seu dia-a-dia, como as mulheres.
A partir de um relato de uma mulher que se queixou de que, depois de apanhar do marido, não conseguia sequer entrar em casa para retirar suas roupas, Covas, de imediato, abraçou a causa levada a ele pelo presidente da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo, Goro Hama.
Ao longo de seus quase oito como governador ele, entregou mais de 200 mil escrituras a mulheres, construiu centenas de creches – outra de suas prioridades – e, quando da criação do Programa Estadual de Direitos, incluiu expressamente obrigações do Poder Público e da sociedade para com as mulheres.
Entre outras diretrizes, o decreto 42.209/97 de Covas estabelecia o apoio ao Conselho Estadual da Condição Feminina com a formação de conselhos municipais e parcerias com a sociedade civil; a obrigação de o Estado conceder orientação jurídica para as mulheres e ampliar o número de delegacias de mulheres; e prevenir e combater a discriminação e violência contras as elas.
Mas, de todas as diretrizes definidas por ele em seu decreto, uma deve servir de inspiração para nós todas: a que o Estado deve “Incentivar a participação das mulheres na política e na administração pública em todos os níveis.”
É essa a nossa missão no PSDB e na sociedade brasileira. E esse é o legado principal de Covas para suas militantes que o levaram a governar o maior Estado brasileiro por duas vezes.
Fora da política, não há condição de se mudar o perverso quadro de discriminação e violências contras as mulheres no Brasil. Esse é o ensinamento de Covas!
No dia 6 de março transcorre mais um ano de sua morte. Mário Covas, é um político exemplar, um líder em seu sentido maior e mais amplo da palavra e que sempre apoiou as mulheres em suas lutas presentes e futuras.
Sua visão de estadista aparecia nos atos cotidianos de governador e também no político que ia às ruas sem medo para ouvir a população. E que nos seus discursos de abertura dos sorteios e entrega de imóveis, também alertava as mulheres: “Donas Marias, presentes aos sorteios. Essas casas, vocês tem obrigação de conservar, para deixar os filhos.”
Assim é Mário Covas!