“O mau entendimento de ‘coalizão partidária’”, editorial de O Globo
A presidente escolheu momento apropriado, em todos os sentidos, para explicar o que seu governo entende por política de coalização partidária. Na posse de novos ministros, semana passada, disse Dilma, em resumo, que é impossível governar um país como o Brasil sem a aliança de forças políticas, necessária para aprovar o que for necessário no Congresso, dar sustentação política ao Planalto em todas as circunstâncias.Dilma não está formalmente errada, e chega a ser óbvio este entendimento.
Do jornal O Globo – A presidente escolheu momento apropriado, em todos os sentidos, para explicar o que seu governo entende por política de coalização partidária. Na posse de novos ministros, semana passada, disse Dilma, em resumo, que é impossível governar um país como o Brasil sem a aliança de forças políticas, necessária para aprovar o que for necessário no Congresso, dar sustentação política ao Planalto em todas as circunstâncias.Dilma não está formalmente errada, e chega a ser óbvio este entendimento. Os tucanos de Fernando Henrique Cardoso se aproximaram da chamada direita (PFL) — antes do PT e legendas ditas de esquerda —, a fim de viabilizar as reformas para dar sustentação ao Plano Real. Foi imprescindível, também, como tem sido desde o fim da ditadura, o apoio do PMDB, especialista em estar no condomínio do poder, mas sem pagar o ônus de governar.
O enviesamento do que o governo Dilma entende por coalizão fica exposto quando se considera quem ela deu posse: os novos ministros da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB); do Trabalho, Manoel Dias (PDT), e da Secretaria de Aviação Civil, Moreira Franco (PMDB). Andrade assumiu o posto por ser de Minas, colégio eleitoral em que o Planalto quer colocar um cunha, devido ao adversário em 2014 Aécio Neves, e um outro, em potencial, Eduardo Campos. A ascensão de Manoel Dias significa, na prática, a reabilitação de Carlos Luppi, afastado do ministério por evidentes “malfeitos”. E Moreira Franco, resgatado da inexpressiva pasta de Assuntos Estratégicos a pedido do PMDB do vice-presidente Michel Temer. Não há, está claro, qualquer preocupação com o aperfeiçoamento da administração pública. Nem com a ética. O que move as alterações ministeriais é apenas a preocupação eleitoral.
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