“O país mudou, mas há quem ainda não acredite nisso”, por Aécio Neves
Publicado na Folha de S. Paulo – 10/04/2017
Para quem passou anos investindo na polarização do nós contra eles, pobres contra ricos, patrão contra empregado, o resultado da pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao PT, junto a setores da periferia paulistana, deve ter sido um susto.
O objetivo era conhecer melhor esse segmento social e, para isso, foram ouvidos moradores de bairros periféricos e favelas de São Paulo, todos ex-eleitores do PT entre os anos de 2000 e 2012. Em 2014, esse grupo já não votou em Dilma Rousseff.
O retrato que salta da pesquisa é contundente. A polarização existente na realidade desses brasileiros opõe, na verdade, Estado a cidadão, governo a sociedade, renegando chavões de discursos ultrapassados e apontando mais uma face da crise de representatividade presente no país.
Sai de cena uma população cativa do Estado benfeitor e se afirma uma nova mentalidade cidadã, que acredita na meritocracia e na capacidade de crescer pelo esforço individual. Caem por terra os clichês de uma esquerda antiquada e populista, refém de um discurso estacionado no século passado. O mundo mudou, o país mudou. Mas há quem ainda não acredite nisso.
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