“Onde se tira e não se repõe, a tendência é acabar”, artigo de Gilberto Ferreira

Acompanhe - 11/03/2013

* Artigo de Gilberto Ferreira, produtor rural e presidente da 7ª zonal do PSDB-DF

colheita_120809_arquivo_abrQuem não se lembra do período de inflações de até 90% ao mês. Dos planos fracassados em busca da estabilização da economia, como o plano Cruzado, onde a euforia tomou conta de nosso povo com uma suposta moeda forte, sem uma nação preparada para atender a demanda, resultado: faltava tudo nos comércios, pois o setor agrícola estava falido, os agricultores endividados, os pecuaristas foram induzidos a abater novilhas e matrizes bovinas; consequentemente, a indústria não tinha como produzir. Chegaram a insinuar que os pecuaristas estavam escondendo bois e tentaram confiscar. Com isso, passamos a importar carne, cereais etc. Consequentemente a inflação voltou.

No governo Itamar Franco com Fernando Henrique, então Ministro de Relações Exteriores, aproveitando o seu conhecimento da economia em outros países e juntamente com vários economistas ligados ao PSDB foi preparado um plano completo para estabilizar a nossa economia: o Plano Real. No qual, preços e principalmente salários não deveriam ser alterados nos oito anos seguintes (para evitar a euforia anterior), além de austeridade nos gastos públicos, enquanto se dava início ao programa previsto no estatuto do PSDB elaborado em 1988: o capital como fonte de remuneração do trabalho. Com isso, o capital passou a ser aplicado não em especulação financeira, mas para alavancar a indústria, agricultura e pecuária. Se os agricultores e pecuaristas estavam endividados foi elaborado um plano aprovado pela bancada ruralista no Congresso em que as dívidas foram prorrogadas (securitizadas) abrindo-se novos créditos. Iniciou-se a recuperação da agricultura e bovinocultura. É bom que se diga que todos esses projetos o PT foi contra, inclusive chamava os ruralistas de caloteiros.

O fato é que quando a agricultura vai bem não existe crise, a indústria cresce, o comércio gira as mercadorias e surge trabalho para quem quer trabalhar e foi graças a tudo isto que no final dos oito anos previstos, de 94 a 2002, o Brasil estava com “um bolo grande para distribuir”: a agricultura já produzindo 140 milhões de toneladas de grãos, a pecuária com mais de 180 milhões de bovinos, os produtos industrializados no Brasil chegava 32% do Produto Interno Bruto (PIB), o Pro álcool produzindo até para exportar e a Petrobras com capacidade para pesquisa, produção e refinamento do petróleo para nosso consumo. Sem contudo, esquecer o social, socorrendo os mais necessitados com a bolsa cidadã criada não para usá-los como massa, mas socorrê-los nos momentos difíceis ou as frentes de trabalho que davam ganho digno aos cidadãos trabalhadores no Nordeste nos períodos de estiagem/seca e cuidando das atribuições do estado na saúde, educação, segurança e transporte, mas FHC sempre dizia: O Brasil pode mais!

Todavia com o dinheiro do povo, conforme foi provado agora no julgamento do mensalão, arquitetaram um plano para permanecerem no poder a partir de 2003. Para isso usaram o tipo de campanha das mais maquiavélicas para aterrorizar a opinião pública, como as privatizações das empresas estatais deficitárias, mentiram que seriam privatizadas empresas estratégicas como a Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica etc. Enfim, seria vendido o Brasil. Como?

A única continuidade do Programa do PSDB foi o aumento dos salários que deveria acontecer após as reestruturações citadas, previstas e concretizadas até 2002, de resto o Brasil não pode mais. Na produção de grãos se tivéssemos crescido 5% ao ano, que seria apenas um ganho de produtividade, estaríamos hoje com 210 milhões de toneladas de grãos ao invés de importar feijão da China. O pro álcool não acompanhou o aumento da demanda, a gasolina idem, a industrialização caiu pela metade do PIB e o Brasil agora está sendo vendido! Rodovias, aeroportos, portos…

Qual foi a grande “realização” do Governo do PT nestes 10 anos? A reativação de estaleiros? O Biodiesel? O Fome Zero? Ah sim! Vamos sensibilizar a opinião pública com este ato de generosidade, se tem um grande bolo pronto vamos distribuir, vamos fazê-lo transformando a bolsa cidadã em política eleitoreira (bolsa família) tratando os menos favorecidos confinados dentro de um galpão como se fossem “pintinhos de granja, comendo o tempo todo” – foram às palavras de Lula no final de seu Governo – só que o pintinho de granja com 45 dias já transformou em frango, pode até ser exportado! E os de Lula? Serão usados apenas para eleições? Para acobertar a falta de capacidade de governarem e dar dignidade a esse povo que está cansado de ser humilhado, pois gostariam de ter o seu próprio sustento, com a nação continuando crescendo e eles juntos. Principalmente o Nordeste onde as terras são férteis e o povo com muita vontade de trabalhar, desde que tenham água para plantar e colher, mas preferem mantê-los sob promessa de transposição do rio São Francisco que mais parece com o dito popular “obra de igreja”.

Vale lembrar que a grande quantidade de pessoas que melhoraram de vida nos últimos 10 anos foi em decorrência do crescimento implantado até 2002, e daí pra cá, tornaram-se apenas contribuintes, arcando com todos os custos de uma politica incompetente onde o Estado deixa suas atribuições para os mesmos, escola particular, saúde privada, segurança e transporte também, e tudo isto gera altos impostos para manter as propagandas mentirosas com a alienação da mídia. O Governo finge que está governando e quer continuar comovendo agora a opinião pública dizendo que ainda existem dois milhões de pessoas que se encontram na extrema pobreza, depois de 10 anos do Fome Zero, será que estavam no subsolo?

Acredito que o Fome Zero agora é de poder, pois tem dado certo esta comoção popular, já ganharam três eleições com esse discurso, mesmo com todo o desvio do mensalão, entre tantos outros escândalos. Ainda se vangloriam em praça pública comemorando as “realizações” do PT, juntos os condenados, mandantes e os comparsas que ficaram impunes, num total desrespeito ao nosso povo, isto deve ser normal para eles, pois o novo presidente da Câmara disse em sua posse que não ia acatar a decisão do STJ sobre a condenação dos mensaleiros, depois voltou atrás e o atual presidente do Senado disse também que “a ética é meio e não fim”, ser ético só quando convém?

Resta a nós que trabalhamos e contribuímos para a nação termos consciência que somos maioria, por isso, não podemos deixar de votar, sugestionados por pesquisa conforme aconteceu em 2010 quando apenas 100 milhões votaram para presidente e 32 milhões deixaram de votar.

O PSDB continua provando que o Brasil pode mais ao mostrar seriedade e competência nos estados que governa a exemplo de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Goiás, Tocantins, Pará, Alagoas e Roraima. Portanto, temos nomes para continuar a base para o desenvolvimento implantada até 2002 e continuarmos crescendo e não apenas distribuir até acabar, conforme mostra os últimos noticiários sobre o Pibinho e os altos preços (inflação) devido à falta de produção.

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11/03/2013