“Para a direita, não adianta me empurrar, que eu não vou”, por Marcos Antonio Fernandes

Acompanhe - 12/04/2016
Artigo do presidente nacional da Diversidade Tucana, Marcos Antonio Fernandes
marcos fernandes foto divulgacao1A frase do título foi dita pelo presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, poucos dias após a reeleição da presidente Dilma Rousseff, ao comentar que tipo de oposição o PSDB faria. Hoje, a poucos dias do provável fim antecipado da segunda gestão Dilma Rousseff, relembrar aquilo que o nosso presidente chamou, na mesma entrevista, de “DNA do PSDB”, é reafirmar nossos compromissos com a sociedade brasileira.
Caso prevaleça no Congresso Nacional o desejo da população brasileira, o Governo Dilma será interrompido por suas próprias manobras e crimes que cometeu para manter o poder. E, entre tantas áreas em que não deixará saudades, está a promoção da cidadania LGBT e o combate à LGBTfobia.
Foram anos marcados pelos discursos vazios, a omissão, os recuos em políticas públicas importantes para a população de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, e pelo consequente aumento constante e escandaloso dos assassinatos motivados por orientação sexual e identidade de gênero. O Brasil de Dilma é vergonhosamente o campeão inconteste nessa categoria de crime de ódio.
A chamada “guinada à esquerda” que parcelas dos movimentos sociais há tanto tempo dizem esperar não passa de proselitismo político, absolutamente descolado da realidade. O Governo Dilma representou tantos retrocessos na consolidação das políticas públicas de promoção da cidadania LGBT, que apenas a cooptação, o oportunismo ou um caso de Síndrome de Estocolmo podem explicar que ainda haja militantes do Movimento LGBT capazes de defender este governo e, pior, tentar destilar a versão de que a queda da presidente possa representar um caminho mais conservador para o país.
Apesar da interpretação que o PT tenta vender em discurso, a realidade é que entre partidos da oposição estão siglas e lideranças com uma folha de serviços prestados à população LGBT muito maior que a do Governo Dilma. Entre eles, o PSDB, que tanto na Presidência da República como em governos estaduais e municipais implantou e implanta políticas públicas pioneiras de cidadania LGBT, e que nas últimas eleições apresentou o mais completo programa de governo para a população LGBT.
Um governo pós-impeachment que pretenda unir o país e suas principais forças políticas precisará contar com esses partidos cujas histórias esvaziam na prática o discurso petista que pretende monopolizar as políticas sociais e afirmativas. O histórico do Governo Dilma nos permite afirmar até mesmo que, ao lado dessas forças políticas, não seria difícil para o novo governo representar um avanço nas questões relativas à população LGBT.
Os mesmos que mentiram para o país e deformaram o processo democrático para ganhar as eleições, tentam novamente colar sobre outros os seus defeitos. A sociedade brasileira está pronta para rejeitar esse modelo de fazer política porque sabe do seu papel de protagonismo nesse processo e na reconstrução do país.
Assim também o PSDB saberá cumprir com sua responsabilidade como depositário da confiança e expectativas de grande parcela da população, ao defender sua agenda socialdemocrata como caminho para um novo futuro mais igualitário e justo para todas as brasileiras e todos os brasileiros.

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12/04/2016