“Poço sem fundo”, por Rogério Fernandes

Acompanhe - 11/02/2016

rogerio fernandes sindical foto DivulgacaoApesar de qualquer esforço do governo Dilma e do PT para tirar a economia do fosso através de  discursos que apelem até mesmo para uma trégua política e um selo de paz pela salvação de todos, os recaldos de erros cometidos na condução do País lubrificam ainda mais a engrenagem da crise em que nos atolamos.

Empresas que recorreram a lay-off, a Programa de Proteção ao Emprego (PPE), férias coletivas, licenças sem remuneração e outros expedientes paliativos não estão enxergando outro caminho para os trabalhadores a não ser o “olho da rua”. Cresce assustadoramente os indicadores de desemprego, galopando já dois dígitos nas estatísticas, acordos e convenções coletivas com dois anos de duração não fazem parte das estratégias empresariais diante de uma conjuntura de incertezas. Ou seja, não há como programar um reajuste automático de salários para uma próxima data como estava sendo corriqueiramente realizados nas negociações coletivas, pois não pode prever o que pode acontecer até mesmo diante do nariz, no curto prazo.  Um dos indicadores para cavar esta incerteza e medo são os vários índices que medem a economia, com registros de variações de preços batendo na casa dos 12% anuais e uma taxa de juros escandalosa sem qualquer perspectiva para uma retomada de produção. Para agravar tudo ainda tramita pavorosamente no Congresso a articulação do Governo Federal para aumentar impostos, principalmente a nefasta CPMF, para saquear nossas economias em incidências em cadeia a cada operação bancária.

Se as previsões futuristas apontam 2018 para termos alguma nuance de recuperação da economia brasileira, neste no próximo ano podemos programar meses de pânico para arcar com nossas responsabilidades carcomidas por renda familiar em queda livre.

Não vemos nada sendo feito por parte do governo Dilma e do PT para garantir uma base em que possamos ter uma retomada de produção pela alavancagem do consumo interno. Ao contrário, produtos vão ficando escassos e os preços disparam. E qual a inusitada proposta do Governo Federal, através do seu novo ministro da Fazenda? A absurda possibilidade presenteada aos bancos de terem acesso à saldos multa dos 40% sobre os saldos FGTS que as empresas são obrigadas a indenizar qualquer trabalhador em caso de demissão. Ou seja, os bancos terão como garantia para emprestar dinheiro aos trabalhadores endividados aquele dinheiro do FGTS que é penosamente constituindo, com juros baixíssimos de 3% ao ano, cobrando taxas exorbitantes do mercado financeiro. O valor historicamente destinado par alimentar famílias por um período penoso de desemprego vai para o bolso dos banqueiros, que terão abertas as portas oficiais da agiotagem. Isto tudo, devemos ressaltar, depois que o Governo já havia possibilidade aumentar de 30 para 35% o valor máximo de saldo consignável permitido para descontar dos salários. Ou seja, permite-se endividar mais e ainda que o credor saqueie as contas do FGTS, para continuar registrando nos balanço anuais dos banco as estratosféricas margens de lucros, na dianteira dos melhores resultados, enquanto as empresas produtivas quebram e fecham as portas.

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11/02/2016