“PT macula estatais que se propôs a defender”, artigo de Terezinha Nunes

Articulista critica má gestão petista das estatais.

Acompanhe - 17/12/2012

Artigo da secretária-geral do PSDB de Pernambuco, Terezinha Nunes

Formado na base sindical do ABC paulista ou nos movimentos reivindicatórios dos funcionários públicos, o PT se posicionou desde a sua criação como defensor das empresas estatais brasileiras.

Com a bandeira do nacionalismo, os petistas reivindicaram o protecionismo aos servidores dessas empresas, em grande parte filiados ou simpatizantes ao PT, e acusaram a oposição de ser privatista.

Esse discurso fez o partido crescer na classe média, já que os funcionários das estatais são formadores de opinião, atuando fortemente sobretudo nas regiões mais pobres, berço dos maiores índices de intenção de voto do ex-presidente Lula.

Por ironia do destino, porém, os desacertos e desvios de conduta do PT e dos seus simpatizantes estão levando as mesmas estatais, antes defendidas, à bancarrota. Ora devido a problemas econômicos causados por políticas públicas equivocadas, ora porque algumas dessas mesmas empresas acabaram sucumbindo à corrupção instalada nos mais altos escalões da República.

Não foi à toa que a Petrobrás, a maior estatal da América Latina, transformada em financiadora de festas pelo país afora e impedida de reajustar o preço da gasolina que importa, acabou perdendo, este ano, o lugar de maior empresa brasileira para uma fabricante de cervejas, a Ambev. Outra estatal importante, a Eletrobrás, viu despencarem suas ações na bolsa em menos de 15 dias depois que a presidente Dilma, de forma açodada, decidiu tirar das estatais do setor elétrico, suas subsidiárias, os recursos para fazer cumprir uma promessa de campanha de baixar a conta de luz.

Antes outras estatais viram suas imagens públicas destroçadas por envolvimento com corrupção. Quem não lembra da CPI dos Correios que teve início depois que um diretor da estatal, nomeado por indicação política, foi flagrado recebendo, em dinheiro vivo, em seu gabinete, propina de um empresário?

O Banco do Nordeste, uma das maiores estatais regionais, foi protagonista em 2005 de um escândalo nacional. Um assessor do deputado estadual do PT cearense José Guimarães (irmão de José Genoíno, na época presidente do PT), foi flagrado pela Polícia Federal, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com US$ 100 mil dólares na cueca. Descobriu-se depois que os recursos seriam destinados ao chefe de gabinete do BNB, Kennedy Moura, dirigente petista no Ceará e teria sido conseguido mediante o pagamento de propina por empresas privadas beneficiadas pela instituição.

Em junho deste ano, a Polícia Federal descobriu que mais R$ 100 milhões haviam sido desviados do Banco do Nordeste em operação comandada pelo então chefe de gabinete da presidência do Banco, Rogério Gress do Vale. Funcionários ligados ao esquema haviam liberado recursos públicos para 20 empresas privadas que haviam comprovado suas despesas através de notas fiscais frias.

Esta semana, sucumbiu mais uma vez às denuncias de corrupção o poderoso Banco do Brasil, fundado ainda no Império e tido como uma das mais sérias instituições públicas brasileiras. Já denunciado na época do mensalão por desvio de conduta do seu então diretor Henrique Pizzolato, que acabou condenado pelo STF, o BB, segundo o publicitário Marcos Valério, cobrava 2% do valor dos contratos de publicidade que fazia para reforçar o caixa do PT.

Melhor sorte teve a Vale do Rio Doce, privatizada e hoje uma das empresas mais respeitadas no seu ramo no Brasil e no Exterior. Ou as empresas de telecomunicações também privatizadas para que o Brasil pudesse contar com um sistema de telefonia móvel tido como um dos maiores do mundo.

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17/12/2012