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“Subsídio ao transporte nas grandes cidades”, por Ademar Traiano

Artigo do deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano

Acompanhe - 21/03/2013

Artigo do deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano

Ademar Luiz Traiano Foto Divulgacao ALPRO governo do Paraná vai dar uma contribuição importante para baratear os custos do transporte coletivo nas maiores cidades do Estado. Serão beneficiadas, direta ou indiretamente, mais de 6 milhões de pessoas, o que corresponde a 60% da população do Paraná. O barateamento das passagens virá a partir de um subsídio que será dado com a isenção do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel usado no transporte coletivo nas cidades com mais de 150 mil habitantes.

Essa ajuda vai beneficiar os municípios de maior porte onde o custo do transporte coletivo costuma ser mais caro e produz maior impacto sobre o bolso da população. O subsídio beneficiará não apenas aos usuários de ônibus, mas também os que pagam o transporte de funcionários e empregados domésticos. Toda a população dessas cidades será beneficiada devido ao peso do transporte sobre os índices de inflação. O subsídio será assegurado pelo governo do Estado. Caberá à população cobrar dos prefeitos uma redução nos custos das tarifas.

O subsídio do diesel, que inicialmente deveria atingir apenas as cidades com rede de transporte integrado, agora será estendido, a partir de um substitutivo ao projeto original do governo que apresentei nesta semana na Assembleia Legislativa- com o aval do governador – a todas as grandes cidades do Paraná.

Custear essa ajuda obrigará o Estado a abrir mão de R$ 30 milhões em arrecadação do ICMS. A adoção dessa medida demonstra a sensibilidade social do governador Beto Richa, que está atento à conjuntura nacional, onde ocorre uma combinação nefasta de baixo crescimento econômico associado a uma inflação com sinais crescentes de descontrole.

Essa visão generosa sobre a questão das tarifas, infelizmente, não foi adotada por alguns que tentaram politizar o problema. Entre eles o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), que, ao enfrentar o primeiro desafio de sua gestão – reajustar as tarifas – tentou terceirizar o problema.

O prefeito passou a cobrar a manutenção de uma subvenção especial, instituída em 2012, para equilibrar as contas do sistema da capital. Uma subvenção temporária, com prazo para iniciar e acabar. Começou em maio de 2012 e vai terminar em maio de 2013. Ela beneficia apenas Curitiba e Região Metropolitana.

Nessa polêmica foram registradas inclusive posições que beiram a irracionalidade. Entre elas, a ameaça de dissolver o sistema integrado do transporte coletivo da capital, que permite que passageiros dos 29 municípios da Região Metropolitana de Curitiba se desloquem usando uma única passagem.

O sistema de transporte integrado de Curitiba é uma complexa obra de engenharia viária e financeira que funciona há mais de 20 anos. É lamentável que esse patrimônio da capital e Região Metropolitana tenha sido usado como objeto de pressão política.

Beto Richa, durante seus dois mandatos à frente da prefeitura de Curitiba, manteve e até reduziu preços das tarifas do transporte sem auxílio de espécie alguma. Nem do governo federal, muito menos do governo estadual. Beto também criou, quando prefeito, a tarifa domingueira, no valor de R$ 1,00.

A domingueira permitiu que a população mais pobre da capital desfrutasse, no final de semana, de atividades de lazer, da possibilidade de se deslocar para parques, praças, a um custo muito reduzido. A atual administração da prefeitura aplicou um reajuste fora de qualquer parâmetro (inflação, insumos), de 50% a essa passagem. A domingueira passou de R$ 1,00 para R$ 1,50.

A deplorável decisão de politizar a questão das tarifas foi acompanhada pela bancada do PT na Assembleia, hoje aliada do prefeito da capital, que passou a exigir a altos brados um subsídio especial para Curitiba. No caso do PT, a politização rasteira de uma questão técnica está associada à incoerência e a uma conveniente amnésia seletiva.

A bancada do PT parece esquecida que condenou, de forma estridente, a subvenção de 2012. O deputado petista Elton Welter, por exemplo, esbravejou, em 2012: “É inaceitável que o governo subsidie a passagem de ônibus em Curitiba”. O mesmo PT que hoje exige que essa subvenção seja mantida e eternizada.

A população espera de seus governantes e representantes, equilíbrio, responsabilidade e bom senso no trato das questões públicas. O episódio do subsídio serviu para mostrar quem possui, e quem não possui, esses atributos.

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21/03/2013