“Todo nosso apoio aos professores”, artigo de Thelma de Oliveira
“A paralisação de mais de cinquenta universidades federais do País expõe a crítica situação vivida pelos professores e alunos de nossas instituições públicas de ensino superior”.
Artigo da presidente do PSDB-Mulher, Thelma de Oliveira

A paralisação de mais de cinquenta universidades federais do País expõe a crítica situação vivida pelos professores e alunos de nossas instituições públicas de ensino superior.
Mais do que chamar a atenção para os baixos salários do corpo docente federal, a greve desmascara a política do governo Dilma Rousseff e, mais ainda, revela o descaso com que o seu governo trata os homens e mulheres responsáveis pelo desenvolvimento intelectual, científico e cultural de milhares de jovens brasileiros.
O governo Dilma Rousseff simplesmente se recusa a manter qualquer diálogo com os representantes do movimento grevista que há mais de vinte dias seguem paralisados. Isso abrange 70 mil professores.
Mas não só isso. Esse mesmo governo que se recusa a negociar, também manda agredir covardemente, estudantes da Universidade de Brasília que apoiam os professores e suas reivindicações em uma manifestação pacífica. Não seriam esses atos uma demonstração de deseducação cívica?
A Polícia Militar do governo petista de Agnelo Queiroz simplesmente espancou os estudantes, sem qualquer tentativa prévia de conciliação. Cassetetes e coturnos substituíram livros e cadernos escolares no lombo dos estudantes.
O ex-líder do movimento estudantil da década de setenta, que formou sua base política nesse segmento e em associações de professores, assistiu a tudo, do alto de seu gabinete de Ministro de Estado, sem nada fazer, como se Pôncio Pilatos fosse.
O que espanta mais ainda, além da omissão do ex-líder estudantil e hoje ministro da Educação, é que a greve é motivada pelo descumprimento de um acordo firmado, no ano passado, com os professores universitários. Ou seja, palavra dada e não cumprida, tão comum no Governo Dilma.
Na ocasião esse governo se comprometera a rever o Plano de Carreira, reajustar o salário dos professores em 4% e incorporar parte das gratificações. Os dirigentes sindicais da categoria acreditaram, assim como os milhões de eleitores brasileiros que em 2010 foram às urnas e chancelaram as promessas da candidata petista.
O acordo não se tornou realidade e o país tem que conviver com a vergonhosa realidade de um professor universitário, com jornada de 20 horas, receber exatos R$ 557,51.
Só esse número justificaria qualquer greve, qualquer movimento de solidariedade aos grevistas para acabar com essa verdadeira vergonha nacional.
Nenhum país sério, nenhum governo que diz ter a Educação como a sua prioridade para tirar a maioria da população da miséria, pode assumir um valor desses para remunerar seus professores universitários. É um completo descaso e humilhação.
Está certíssimo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) em lutar para mudar essa sórdida realidade, essa total inversão de valores éticos e de moralidade de um governo eleito pelo povo e que o enganou nas urnas com vãs promessas.
Não há recursos para a Educação, alega o Governo Dilma, mas sobram para financiar projetos megalomaníacos, como estádios em cidades sem qualquer tradição futebolística ou mesmo população para enchê-los.
A hora é de apoiar incondicionalmente os professores universitários em greve e seu sindicato nacional (Andes), por um piso salarial justo e digno para o corpo docente do ensino superior.
Thelma de Oliveira
Presidente Nacional do PSDB-Mulher