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“Um novo amanhecer”, artigo da senadora Lúcia Vânia (PSDB – GO)

As projeções indicam que em 2050 haverá tanto trabalhadores ativos, quanto idosos já aposentados

Acompanhe - 11/10/2012

Artigo da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) publicado na edição de quinta-feira (11) do jornal A Tribuna do Planalto

O dia primeiro de outubro assinalou a passagem de mais um dia internacional do idoso.

Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU), publicado na semana passada, nos informa que em dez anos o mundo terá mais de 1 bilhão de idosos. Isto significa que a população com mais de 60 anos aumentará em quase 200 milhões no período. O mesmo relatório aponta que em 2050 o número de pessoas mais velhas chegará a 2 bilhões, passando a representar 20% da população mundial.

Em 2000, o número de idosos ultrapassou, pela primeira vez, o de crianças com menos de 5 anos. Pelas projeções do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), em 2050 a população de idosos superará, também, a de pessoas com menos de 15 anos.

Se atualmente cerca de 66% da população acima de 60 anos vivem em países em desenvolvimento, em 2050 esse percentual chegará a quase 80%. Esses números revelam que os idosos se tornarão cada vez mais numerosos na proporção com a população de jovens, já que a expectativa de vida vem aumentando em diversos países.

Os dados da UNFPA informam que o envelhecimento da população se dará de forma mais perceptível nos chamados países emergentes, como o Brasil. A previsão é de que o número de idosos brasileiros triplique daqui até 2050, passando de 21 milhões para 64 milhões. A população dessa faixa etária passaria, então, de 10% em 2012 para 29% em 2050. Entraremos, inexoravelmente, no mundo dos aposentados.

Segundo a agência da ONU, esses dados estatísticos são motivo de celebração. Entretanto, não há dúvida de que os países devem se preparar para essa mudança de perfil demográfico, com planejamento e investimentos consideráveis para lidar com novas demandas de uma população mais velha.

Embora a população mundial deva se estabilizar entre 7 e 10 bilhões de pessoas, o novo perfil exigirá mais alimentos, mais água, energia, saúde e produziremos mais lixo e poluição. As projeções indicam que em 2050 haverá tanto trabalhadores ativos, quanto idosos já aposentados.

Nesse novo amanhecer da pessoa idosa, há que se investir no jovem, principalmente na sua educação. Somente assim, como ocorreu na Coréia do Sul, a população de 15 a 24 anos estará preparada para sustentar uma sociedade com mais idosos.

O cuidado com a educação dos jovens que vão dar sustentação à sociedade é apenas uma faceta das políticas públicas para esses novos tempos. O investimento em saúde da população que está envelhecendo é outro ponto crucial. Apesar de representar pouco mais de 10% da população brasileira, os idosos equivalem a um terço dos gastos com saúde, com tendência a crescimento.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta vários questionamentos: “Como manter a independência e a vida ativa com o envelhecimento? Como fortalecer políticas de prevenção e promoção da saúde, especialmente aquelas voltadas para os idosos? Como manter e melhorar a qualidade de vida com o envelhecimento?” A própria OMS responde que os países precisam desenvolver políticas amplas e intersetoriais, que não tenham a marca do mero assistencialismo.

Como responsável pela ampla divulgação da Política Nacional do Idoso, quando fui Secretária Nacional de Assistência Social, tenho consciência de que qualquer política pública para os mais velhos deve levar em consideração vários determinantes: aspectos sociais, econômicos, comportamentais, pessoais e culturais.

Saúdo o fato de que, no Brasil, os mais diferentes fóruns, acadêmicos, políticos e comunitários, têm se debruçado sobre o papel do idoso em nossa sociedade. Qualquer discussão sobre o tema não pode fugir da perspectiva cidadã, nem deixar de transcender os aspectos meramente técnicos e políticos.

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11/10/2012