“Um toque pela vida”, artigo da senadora Lúcia Vânia
Parlamentar fala sobre a importância da prevenção do câncer de mama.
Artigo da senadora Lúcia Vânia (PSDB-GO) publicada na edição de domingo (14) do jornal Diário da Manhã
No ano passado, nesta mesma época, publiquei artigo com o título de “Outubro Rosa”. Disse, na oportunidade, que as cidades brasileiras, a partir de Brasília e do Congresso Nacional, têm presenciado uma onda cor de rosa, dando expansão ao que, em todo o mundo, é chamado Outubro Rosa.
O movimento popular, internacionalmente conhecido, é comemorado, praticamente, em todos os países. O nome remete à cor do laço rosa que passou a simbolizar, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, de empresas e entidades.
Historicamente, o Outubro Rosa remonta ao final do século 20, quando o Congresso Americano aprovou outubro como o mês da luta contra o câncer de mama. O movimento se espalhou pelo mundo, a partir de cidades americanas que passaram a sensibilizar as pessoas, oferecendo um laço rosa para alertar sobre a doença.
O Outubro Rosa chegou ao Brasil em 2008, por uma iniciativa da Federação Brasileira das Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama).
Apesar dos avanços tecnológicos na área médica, o câncer, em todas as suas manifestações, continua com alto índice de mortalidade. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), de 2012 a 2013 o Brasil deverá registrar pouco mais de 518 mil novos casos de câncer.
Segundo tipo mais freqüente no mundo, o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e responde por 22% dos casos novos a cada ano. Os especialistas concluem que as taxas elevadas de incidência da doença no Brasil são devidas aos diagnósticos em estágios já avançados, que correspondem a 70 % dos casos detectados e já com possibilidades de cura reduzidas.
Raro antes dos 35 anos de idade, a doença aumenta rapidamente a sua incidência acima desta faixa etária. E isto ocorre tanto nos países em desenvolvimento, quanto nos desenvolvidos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) nas décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência da doença em todo o mundo. Aqui no Centro-Oeste, o câncer de mama acomete 38 mulheres em cada grupo de 100 mil, enquanto a taxa brasileira é de 49 casos a cada 100 mil.
Foi pensando em todos esses dados que apresentei Projeto de Lei, aprovado pelo Congresso Nacional e sancionado em junho de 2008 pelo presidente Lula, instituindo o dia 05 de fevereiro como o Dia Nacional da Mamografia. A data foi escolhida em homenagem à Santa Ágata, protetora contra as doenças mamárias e padroeira dos mastologistas.
Segundo dados do INCA, há uma redução de cerca de 30% na mortalidade por câncer de mama em mulheres, na faixa etária de 50 a 69 anos, quando elas fazem parte de um programa de rastreamento por meio de mamografias.
Isso ilustra a fundamental importância das mulheres brasileiras fazerem esse exame, indicado para que seja realizado periodicamente em mulheres acima de 40 anos de idade.
A importância do Outubro Rosa é que a campanha tem como foco a prevenção do câncer de mama, através da mobilização social e da conscientização quanto à prevenção da doença. A população tem que ser sensibilizada de que com a detecção precoce e o tratamento correto, mais de 90% dos cânceres tem cura.
Conclamo, pois, as mulheres a começar pelo auto-exame, que é um verdadeiro toque pela vida.