Ataques petistas à imprensa são um flerte com o totalitarismo
Para Marisa Serrano, a imprensa incomoda o PT porque denuncia irregularidades.
Brasília (21) – O Partido dos Trabalhadores (PT) elevou o tom e abriu várias frentes para colocar limites ao trabalho isento da imprensa. Teme-se que as denúncias de corrupção na Casa Civil afete a candidatura oficial à Presidência. Para a senadora Marisa Serrano (MS) e o deputado Antonio Carlos Pannunzio (SP), os ataques representam um flerte ao totalitarismo.
De acordo com Pannunzio, os partidos de tendência totalitária não sabem conviver com a imprensa livre. “Não admitem que a imprensa fiscalize as ações do governo, denuncie irregularidades e escândalos de corrupção”, afirmou. “Para essa turma, quem faz críticas ao governo é traidor. O PT claramente tem esta tendência totalitária.”
O deputado criticou o ato contra a mídia previsto para acontecer em São Paulo, na próxima quinta-feira, com a participação das centrais sindicais, sindicatos, partidos governistas, e movimentos sociais. Para Pannunzio, as centrais sindicais levantaram a bandeira totalitária ao fazer coro às declarações do presidente brasileiro contra os veículos de comunicação.
Em discurso, a vice-presidente nacional do PSDB, senadora Marisa Serrano (MS), disse que a imprensa livre incomoda o PT porque denuncia irregularidades como o esquema de corrupção na Casa Civil. “Quem é honesto, bom administrador, responsável, respeita o estado democrático de direito, não tem medo da imprensa”, disse. “A mídia é o meio pelo qual as várias faces das verdades são expostas. Criticar sua liberdade é flertar com o autoritarismo.”
O governo elevou o tom contra a mídia após as denúncias de distribuição de propina e tráfico de influência na Casa Civil, esquema comandado pela ex-ministra Erenice Guerra, braço direito da candidata Dilma Rousseff. Contrariado com as notícias publicadas pela imprensa livre, o presidente afirmou que a população não precisa de formadores de opinião.
Ao participar de comício em Campinas, no sábado, Lula disse que o seu próprio partido seria a opinião pública. Classificado como “lamentável”, o discurso provocou reações imediatas da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que condenaram a postura do presidente.