Atraso no pagamento dos salários prejudica 1,5 milhão de servidores no país

11 unidades federativas parcelaram, escalonaram ou atrasaram os salários de seus servidores desde o início das atuais gestões

Acompanhe - 01/05/2016

LM_Dilma-Rousseff-assinatura-contrato-secretaria-de-portos_01813042016Reflexo das equivocadas políticas econômicas do governo federal, a crise econômica que abala o país vem prejudicando até mesmo o funcionalismo público, geralmente associado à estabilidade financeira e aos pagamentos em dia. De acordo com um levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo, publicado em matéria deste domingo (1), 11 unidades federativas parcelaram, escalonaram ou atrasaram os salários de seus servidores desde o início das atuais gestões, o que afeta a vida de 1,5 milhão de trabalhadores brasileiros.

Como destaca a reportagem do jornal paulista, o rombo nas contas estaduais resulta, principalmente, da queda na arrecadação, em especial por meio do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e pelo crescimento das dívidas dos estados. “A queda de arrecadação colocou os estados numa situação dramática”, afirmou ao Estadão o economista Raul Velloso, especialista em contas públicas.

Ele também ressalta que decisões tomadas pela presidente Dilma Rousseff, tais como o aumento do piso salarial dos professores em 11,36% – valor considerado elevado pelos próprios governadores, que pediram um reajuste menor por conta da situação das contas estaduais – também foram decisivas para a atual situação enfrentada por essas 11 unidades da federação.

“Os estados não têm muita escolha. Diante do tamanho do comprometimento da receita com pessoal e serviço da dívida, não sobra nada”, avaliou Velloso à publicação paulista.

Entre os problemas citados, estão os dois meses de atraso no pagamento dos médicos terceirizados, caso do Amazonas; pagamentos aos servidores feitos de forma parcelada, situação vivida por Minas Gerais, Rio Grande do Sul, e Amapá, por exemplo, além da mudança na data de pagamentos dos funcionários, que vem ocorrendo em estados como Sergipe e Rio Grande do Norte. O agravamento da crise econômica enfrentada pelo Brasil indica que outros estados podem engrossar a lista de unidades em atraso com seus servidores dentro dos próximos meses.

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01/05/2016