Banco Central admite que alta do desemprego terá efeitos negativos na inflação e no custo de vida do país
Brasília (DF) – O desemprego crescente que já fez com que 11 milhões de brasileiros perdessem sua ocupação terá efeitos negativos nos níveis de inflação e no custo de vida da população. É o que destacou o Banco Central nesta quinta-feira (05/05), na ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo o BC, a piora do mercado de trabalho tem sido um fator determinante no controle da inflação, e tem dificultado as estratégias de levar o índice inflacionário de volta à meta de 4,5% em 2017.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo (06/05) revela que a “distensão do mercado de trabalho”, como o BC definiu o aumento do desemprego, pode ter impacto nas decisões do banco sobre a política monetária, entre elas a fixação da taxa básica de juros, a Selic.
“O desemprego tem aumentado bastante, o que tende a arrefecer a inflação de serviços. Não é uma coisa que ocorre no mês seguinte, começa a afetar seis meses depois. É o que está ocorrendo agora”, explicou o professor de Economia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e economista da Opus Investimentos, José Márcio Camargo.
O Banco Central também deixou claro na ata do Copom que o desequilíbrio fiscal atrapalha no controle inflacionário. O documento ainda classificou as contas públicas como expansionistas. Ou seja, contribuem para o aumento da inflação no país.