Base do governo barra explicações sobre tráfico de influência na Casa Civil

Comissão do Senado rejeita convite à ex-ministra Erenice Guerra e à Dilma Rousseff

Acompanhe - 17/11/2010

Senador Alvaro Dias (PR)/Foto: Paula Sholl

Comissão do Senado rejeita convite à ex-ministra Erenice Guerra e à Dilma Rousseff

Brasília (17) – O senador Alvaro Dias (PR) condenou nesta quarta-feira o esforço da base aliada ao governo para rejeitar o requerimento que convidava a ex-ministra da Erenice Guerra e a presidente eleita, Dilma Rousseff, para prestarem depoimento sobre as denúncias de tráfico de influência e distribuição de propina na Casa Civil.

Dispondo de maioria na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), os governistas compareceram em peso à sessão e evitaram a aprovação do convite para que as petistas falassem ao Senado sobre o esquema de lobby instalado no coração do governo.

“Lamento o Senado não demonstrar o apetite para cobrar das instituições o esclarecimento do escândalo que transformou a Casa Civil em um balcão de negócios”, afirmou o senador. “O Congresso Nacional não pode se omitir, já que a sociedade exige transparência nas investigações”, completou.

Diante da tropa governista, comandada pelo senador Aloizio Mercadante (PT-SP), Dias retirou da pauta o convite à presidente eleita, após a comissão rejeitar o requerimento à ex-ministra Erenice. “Não há como aprovar esse requerimento. Deliberar sobre ele é perda de tempo, já que a tropa de choque do governo havia se manifestado contrária à votação”, disse.

O objetivo dos convites era apurar as denúncias de que Israel Guerra, filho da ex-ministra-chefe Erenice Guerra, teria usado a influência da mãe para cobrar propina em negociações entre empresas privadas e o governo. A notícia veio à tona e a ex-ministra pediu demissão, mas as investigações ficaram paralisadas.

Nesta semana, a Comissão, instaurada com o objetivo de apurar o suposto tráfico de influência na Casa Civil, adiou a conclusão dos trabalhos por 20 dias. Trata-se de novo adiamento. No dia 18 de outubro, outra portaria prorrogou o prazo por mais 30 dias. A comissão, criada em 17 de setembro, deveria concluir suas atividades em 17 de outubro.

Erenice Guerra era apontada como braço-direito da presidente eleita, Dilma Rousseff. Com as denúncias levadas ao conhecimento da população, o PT procurou descolar a imagem da presidente da ex-ministra Erenice.

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17/11/2010