Brasil fechará ano com contas no vermelho pela quarta vez consecutiva

Acompanhe - 15/04/2016

money-559013_640Com uma dívida pública crescendo a passos largos, o Brasil deve ter, em 2017, mais um ano com suas contas no vermelho. A meta prevista pelo governo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que será apresentada ao Congresso nesta sexta-feira (15), aponta um déficit primário de até R$ 65 bilhões no ano que vem. Para o deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB-GO), que também é economista, a projeção feita pelo governo revela a falta de responsabilidade do PT com as contas públicas.

“Eu diria que o governo do PT ainda não aprendeu o que é responsabilidade fiscal. Querer ajudar o mundo inteiro, querer salvar o mundo, todos nós queremos, mas nós temos que fazê-lo com aquilo que temos de recursos, de receita. Se ultrapassar isso, a gente cria déficit e consequentemente emite títulos, se endivida mais, cria condições para o aumento da inflação. Foi isso que esse governo do PT, de uma forma irresponsável, fez com o Brasil”, criticou o tucano.

Como destaca matéria publicada pelo jornal O Globo nesta sexta, se as estimativas forem concretizadas, 2017 será o quarto ano consecutivo em que o Brasil apresentará um balanço negativo em suas contas. Em 2014, as perdas foram de R$ 17,2 bilhões; em 2015, de R$ 114,7 bilhões; e, neste ano, o governo já pediu autorização ao Congresso para apresentar um déficit primário de R$ 96,6 bilhões.

Diante dos seguidos rombos nas finanças nacionais, o Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que o Brasil só poderá apresentar superávits primários (a economia feita pelo país para pagar os juros de sua dívida) a partir de 2020. A instituição destaca que a dívida pública brasileira passará dos atuais 67,6% do Produto Interno Bruto (PIB) para 92% do PIB em 2021. Na visão de Vecci, mesmo que a “herança” deixada pelo governo Dilma ainda possa levar algum tempo até ser zerada, o impeachment pode acelerar o processo de recuperação da economia.

“Eu diria que a economia é igual a natureza. Apesar de ser devastada, como a economia está sendo, ela consegue em médio prazo readquirir toda sua capacidade. Então, sou torcedor de que um governo de coalizão possa dar, pelo menos, alento, esperança, perspectiva de que a gente possa ter uma retomada, lenta e gradual, no processo de desenvolvimento”, analisou o parlamentar goiano.

Rombo ainda maior

Apesar de os dados projetados pelo governo serem alarmantes, os valores do déficit primário do ano que vem podem ser ainda mais expressivos. O boletim Prisma Fiscal de março, do Ministério da Fazenda, revela que o rombo em 2017 pode ser de R$ 103,514 bilhões.

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15/04/2016