Brasil se conecta a movimentos ideológicos do século passado, diz Daniel Coelho sobre parceria com governos bolivarianos

Acompanhe - 03/02/2016

daniel-coelho-foto-divulgacao.jpgBrasília (DF) – Com o objetivo de estreitar os laços entre Brasil e Bolívia, o líder andino Evo Morales fez nesta terça-feira (02/02) a sua primeira visita oficial ao Brasil desde que Dilma Rousseff assumiu o poder, em 2011. A justificativa para o encontro, o esforço de ampliação do comércio bilateral, não traz grandes vantagens econômicas ao Brasil, na avaliação do deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE).

Para o parlamentar, o governo brasileiro procura por parcerias ideológicas, e não práticas. “O Brasil tem feito uma aposta errada nos últimos anos, aliando-se a países por sua ideologia, e não pelo desenvolvimento. Países vizinhos como Colômbia, Peru e Bolívia tem alcançado resultados primitivos, afetados pelo mesmo terror econômico que acometem Brasil e Venezuela”, afirmou.

O parlamentar criticou o alinhamento ideológico brasileiro a governos que se autoproclamam bolivarianos, caso de Evo Morales e da gestão chavista de Nicolás Maduro na Venezuela. Não por acaso, a visita de Morales ao Brasil se deu a poucos dias de um referendo que vai decidir se o presidente boliviano poderá concorrer a um terceiro mandato, alterando a Constituição do país. Na Bolívia, cada mandato dura cinco anos.

“A verdade é que o Brasil está perdido, conectado a movimentos ideológicos do século passado”, destacou o tucano.

Vale lembrar que a relação dos dois países passou por momentos conturbados recentemente. Um deles foi a fuga do ex-senador boliviano e líder oposicionista Roger Pinto para o Brasil. Alvo de condenações em seu país, Pinto afirmou ser vítima de perseguição política, sendo auxiliado por funcionários do Itamaraty. A episódio foi a gota d’água para o pedido de demissão do então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

Acordos econômicos

Segundo reportagem desta quarta-feira (03/02) do jornal O Estado de S. Paulo, durante a reunião com o presidente boliviano, Dilma apoiou de forma “firme” e “determinada” a recente adesão do país vizinho ao Mercosul, o que segundo ela vai aprofundar a integração sul-americana.

Já o deputado Daniel Coelho defendeu que o Brasil procure outras parcerias e expanda os seus acordos econômicos.

“Temos que priorizar um alinhamento interno buscando interesses na economia internacional, e não a afirmação de políticas ideológicas. Recentemente temos visto acordos sendo firmados com a participação de países do Nafta [Acordo de Livre Comércio da América do Norte], da Ásia. Países que vinham conversando e mostraram o interesse de se transformarem em blocos econômicos. O mesmo aconteceu com países da União Europeia. Só o Brasil fica de fora”, disse.

“Falta ao governo federal dar atenção a mercados promissores, que realmente tenham algo a oferecer a economia nacional. A maior prova disso é que países vizinhos, por vezes com menos aspectos positivos, tem apresentados bons resultados, melhores que os de uma economia continental, como é a nossa”, completou o parlamentar.

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03/02/2016