Bruno Covas homenageia PSDB pelo aniversário
Brasília (DF) – O deputado federal Bruno Covas (PSDB-SP) homenageou, por meio do seu perfil oficial no Facebook, os 27 anos do PSDB, comemorados nesta quinta-feira (25). Segue abaixo a íntegra do texto.
“Senhor Presidente, Senhoras Deputadas, Senhores Deputados, Telespectadores da TV Câmara,
É com enorme honra que ocupo esta Tribuna e uso da palavra para os nobres colegas deste Parlamento.
Desde o início de minha militância política, que em falas e discursos eu conto que não foi uma cegonha que me trouxe ao mundo. Foi um tucano.
Por isso, com muita felicidade neste dia 25 de junho, data que o meu partido, o Partido da Social Democracia Brasileira, completa 27 anos faço uso do pronunciamento no Grande Expediente da Câmara dos Deputados.
Com grande vivacidade me recordo de, aos oitos anos de idade, acompanhar a minha mãe visitando a casa das pessoas, colhendo assinaturas para formação do Diretório do PSDB de Santos, em 1988.
Aproveito, então, para resgatar a história do Partido de minha primeira e única filiação e que me possibilitou estar aqui entre Vossas Excelências representando o povo paulista.
“Longe das benesses oficiais, mas perto do pulsar das ruas, nasce o novo partido”, disse Franco Montoro. E foi exatamente assim que há 27 anos se realizou a Assembleia de fundação do PSDB. E que é hoje presidido pelo senador Aécio Neves.
No primeiro dia de encontro, em 25 de junho de 1988, 879 pessoas assinaram o livro de filiação ao partido.
E, não podendo ser diferente, o partido começou suas atividades com uma eleição interna para escolher o seu nome. Prática de democracia interna que ensejou a necessidade da criação do partido e que se mantêm em todos os níveis até hoje.
No primeiro turno da votação do nome da sigla, as preferências se dividiram em 244 votos para Partido Democrático Popular e 214 votos para Partido da Social Democracia Brasileira, além dos votos em outras opções que os filiados escolhiam espontaneamente.
Em segundo turno, com 462 votos dos filiados fundadores, foi escolhido: P S D B.
Esse nome carrega em si a nossa ideologia política: a Social Democracia.
A Social Democracia surgiu como uma dissidência das ideias de Marx e Engels.
No seu nascedouro, a diferença com o Socialismo era pouca. Se de um lado o Socialismo marxista pregava a revolução como forma de implantação do socialismo, de outro a Social Democracia entendia que o objetivo poderia ser alcançado por uma evolução natural. Tratava-se de uma leitura menos ortodoxa da doutrina marxista. Esse dissenso eclodiu na cisão dos socialistas em comunistas e socialdemocratas, após a Revolução Russa.
No entanto, a evolução da Social Democracia, na segunda metade do Século XX, trouxe novas cores e capitaneou a chamada Terceira Via.
Com a Terceira Via, não se defende a substituição do Capitalismo pelo Socialismo. Mas, também, não se defende o capitalismo puro e a ação livre da Mão Invisível. Defendemos o modelo econômico do Capitalismo conjugado com a ação estatal promovedora da justiça social e atuando na correção das desigualdades, garantindo o estado de bem estar social e a defesa das liberdades públicas, além de agendas visionárias à época como a preservação ambiental.
Esse ideário já norteava líderes políticos de nosso país que se postavam contra as desigualdades sociais e contra qualquer arranhão à liberdade e à democracia.
Vários movimentos políticos preparam a formação do PSDB.
Indispensável citar o MUP – Movimento Unidade Progressista, que propiciou a sinergia embrionária necessária para a constituição de nosso partido.
Temos que destacar, ainda, o importante documento “Unidade Progressista para Avançar na Constituinte e Continuar a Luta do PMDB”. Esse texto apresentou a insatisfação desse grupo que viria a formar o PSDB que, em sua maioria no PMDB, tentava fazer desse partido o veículo de sua ideologia política. Esse momento pode ser simbolizado pela fala do então senador Mario Covas: “Se na Convenção estiver em jogo o governo ou o povo, o PMDB terá que estar com o povo, e não com o governo. E que, onde houver uma luta entre o capital e o trabalho, o PMDB deve estar com o trabalho”.
Esse compromisso era indiscutível por aqueles parlamentares e não encontrando guarida na outra sigla fundaram o PSDB que carrega até hoje esse compromisso inegociável com o povo e com os trabalhadores.
Quarenta e cinco parlamentares assinaram a ata de fundação do PSDB. Grandes nomes ligados à defesa intransigente da liberdade, da ética e da democracia.
Nomes como os dos Senadores Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, Afonso Arinos, José Richa, José Paulo Bisol, Pompeu de Sousa e Chagas Rodrigues.
E como os então membros desta Casa Antônio Perosa, Artur da Távola, Caio Pompeu de Toledo, Célio de Castro, Geraldo Alckmin, Koyu Iha, José Carlos Grecco, Pimenta da Veiga e José Guedes.
Esses nomes enrobusteceram nosso partido em programa, em ideias e em caráter. E possibilitaram que mesmo jovem pudesse alçar, em bem menos que uma década, a Presidência da República, nas mãos de Fernando Henrique Cardoso.
E os oito anos do Governo FHC é, indubitavelmente, nosso grande orgulho. Uma gestão que consolidou a democracia e as instituições democráticas. Uma gestão que reduziu as desigualdades sociais e abriu o país para progresso do novo milênio.
A sociedade cansada via seu salário corroído pela inflação e os mais pobres sofriam na marginalidade. E foi o Plano Real que mudou isso, trazendo estabilidade econômica e a base necessária para nosso desenvolvimento. O sucesso do Plano Real deve-se à coragem dos líderes do PSDB e ao jeito tucano de não somente trazer solução aos problemas, mas trazer a população ao debate, como foi didaticamente colocado o Plano Real.
Outro legado que temos o dever de destacar é a Lei de Responsabilidade Fiscal que fulminou a gastança irresponsável que penalizava toda a sociedade brasileira. Todo o arcabouço de controle das despesas do Estado e a responsabilização dos governantes foi gestado pelo PSDB que sem nenhuma pedalada gere a coisa pública com respeito à população.
Por amor à verdade, temos que deixar claro o legado do Governo FHC nas políticas sociais. O Bolsa Escola, o Bolsa Alimentação e o Auxílio-Gás foram fundamentais para reduzir as distâncias sociais e dar aos mais pobres as condições básicas para a vida.
O PSDB criou, em sintonia com o Congresso Nacional, o SIMPLES, regime tributário que ajudou o desenvolvimento de microempresas e empresas de pequeno porte em todo país.
Na Saúde, é incontestável a atuação visionária do então Ministro José Serra que criou o melhor Programa de Prevenção e Controle da AIDS do mundo garantindo tratamento a todas as pessoas contaminadas, com distribuição gratuita e universal de anti-retrovirais e a quebra de patentes.
Além dos genéricos que até hoje permitem o acesso a medicamentos àqueles que mais precisam.
A revolução da educação, capitaneada pelo saudoso Paulo Renato, começou com a criação da Lei de Diretrizes e Bases, além da criação do ENEM, do FIES e do FUNDEF.
A defesa da Ética, presente em toda história de nosso partido, fez-se presente na criação da Corregedoria Geral da Administração e da Comissão de Ética Pública. Além da Reforma Gerencial do Estado Brasileiro que modernizou a gestão pública e criou as balizas estruturantes da atuação estatal com eficiência e economia.
Não podemos deixar de falar das privatizações. As tão combatidas privatizações foram fundamentais contra o inchaço da máquina pública e em prol da melhoria na prestação de serviços. A Vale do Rio Doce, por exemplo, é uma grande empresa que paga seus impostos, que gera empregos e não está disponível ao assalto corrupto dos membros do governo de plantão. Ao mesmo tempo, podemos ver na mão de qualquer brasileiro um telefone celular, o que diminui as distâncias em um país tão extenso.
O PSDB trouxe o Brasil para o futuro e ninguém pode negar.
Na oposição, não poupamos esforços em denunciar cada passo equivocado do governo lulo-petista e apoiar as medidas necessárias para o Brasil.
Estivemos vigilantes nos últimos treze anos, sem se valer da oposição simples e ignóbil contra tudo. Fazemos uma oposição consciente a favor do Brasil.
E atualmente, ser oposição deixou de ser uma mera escolha entre ser ou não governo. Ser oposição é um dever cívico em defesa do país contra o retrocesso democrático e o descalabro de corrupção instalado pelo Governo do PT.
Infelizmente, as conquistas que realizamos no Governo FHC foram destruídas nos últimos anos.
Hoje, assistimos atônitos as revelações sobre o esquema de corrupção criado na PETROBRAS que desviou milhões de reais. E que supera o triste passado do Mensalão, que levou ministros e dirigentes partidários do PT para a prisão.
A inflação, eliminada pelo PSDB, foi ressuscitada pelo Governo Dilma e ataca ferozmente a nossa população. O desemprego e a crise econômica somam a terrível situação que enfrentamos.
Somos mais do que Oposição. Somos porta vozes da indignação de um povo cansado de tanta corrupção, de tanto desgoverno, de tanta incompetência.
Somos um partido. Um partido é uma pessoa jurídica e é feito de ideias. Porém, pessoas jurídicas não andam, não comem e não falam. E as ideias não se locomovem sozinhas. As ideias são veiculadas por pessoas.
E, assim, aproveito para render minhas sinceras homenagens às mulheres e aos homens que com sua voz tornam vivas as ideias do PSDB. Homenagem à bancada tucana nesta Casa que me acolheu e da qual me sinto honrado em participar.
E dou aqui a minha palavra que, ao lado de Suas Excelências, sempre serei um soldado para cerrar fileiras nesta Câmara em defesa intransigente da Ética, do Trabalhador, do Desenvolvimento Sustentável, da Justiça Social, da Liberdade e da Democracia.
E à minha bancada e a todos os militantes do PSDB eu dedico as palavras de Bertold Brecht citadas por Mario Covas na instalação de nosso partido: “Há homens que lutam um dia e por isso são bons; há outros que lutam semanas e por isso são melhores. Há homens que lutam muitos anos e por isso são muito bons; mas há homens que lutam sempre, e este são imprescindíveis”.
Parabéns imprescindíveis tucanas e tucanos.
Parabéns PSDB!”
*Publicado no Facebook oficial do deputado