Cássio: ‘saída de ministro da Saúde é o fim da picada’

Para líder tucano no Senado, saída temporária de Ministro da Saúde revela “busca obsessiva pelo poder”

Saúde - 17/02/2016

cassio cunha lima foto gerdan wesley 3Brasília– “É o fim da picada!”. Foi assim que o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), criticou, no Plenário, a licença do ministro da Saúde, Marcelo Castro, que se exonerou do cargo, nesta quarta-feira (17), para participar da eleição do novo líder do PMDB na Câmara Federal. Para Cássio, a manobra, feita num momento em que a saúde precisa de atenção por causa da epidemia de dengue e da alta proliferação do mosquito Aedes aegypit, teve como objetivo assegurar a escolha de um líder que seja aliado do Palácio do Planalto.

“Nós vivemos em um país que está assolado por problemas gravíssimos na saúde pública e com dificuldades que se espalham em todas as partes. É essa picada de poder, de vaidade, de busca obsessiva pelo poder que tem levado o Brasil a essa situação caótica que nós estamos vivendo. Nos Estados do Nordeste, a população passa por um imenso sofrimento para conseguir um simples atendimento de suspeita de dengue ou de uma contaminação com o zika vírus. Como se não bastasse toda a sensação de desproteção, de desassistência, de falta de cuidado com a população, ficam patentes quais são os objetivos do governo da presidente Dilma quando recomenda ao ministro de uma pasta importante, como é o caso do Ministério da Saúde, em meio a todos os problemas que estamos enfrentando, sobretudo com o zika vírus, que peça exoneração para ir votar na eleição da escolha do líder do PMDB na Câmara dos Deputados. Isso é literalmente o fim da picada!”, afirmou Cássio.

Hospital Padre Zé

Cássio prestou solidariedade a todas as pessoas que trabalham pela continuidade do funcionamento do Hospital Padre Zé e cobrou da União e do governo da Paraíba o apoio financeiro para evitar o fechamento da entidade.

Segundo ele, a situação financeira ruim do hospital também decorre da desatualização da tabela de procedimentos pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Recentemente ocorreu em João Pessoa uma reunião para tentar salvar esse hospital do fechamento, que será uma lacuna para os mais pobres e para os que mais precisam. Quando nenhum outro hospital se presta ao atendimento das pessoas mais carentes, dos desvalidos da sorte, o Hospital Padre Zé é o único acolhe os mais necessitados”, disse o senador.

UEPB

Cássio Cunha Lima ainda lamentou o descaso do governo da Paraíba com a cultura ao deixar que a Universidade Estadual da Paraíba fique sem dinheiro para manter o Museu de Artes Assis Chateaubriand, em Campina Grande.

“Ao tempo em que fui governador, a Universidade Estadual da Paraíba experimentou uma transformação extremamente positiva. Fizemos uma revolução na UEPB com sua autonomia financeira. Além da autonomia administrativa e acadêmica, nós propiciamos, de fato, uma autonomia financeira para a universidade, garantindo um orçamento que ela jamais teve, permitindo avanços e conquistas por parte dos funcionários, dos professores, dos estudantes. Criamos uma nova realidade na UEPB. E o atual governo do Estado, ano após ano, vem diminuindo o orçamento da universidade, sufocando a UEPB. Os professores ficaram, junto com os funcionários, em greve durante quase seis meses no ano passado, e mais de 20 mil estudantes, quase 24 mil estudantes passaram praticamente meio ano sem ter uma aula sequer. Voltaram da greve sem nenhuma conquista e agora vem um reitor para anunciar que o Museu de Artes Assis Chateaubriand será fechado. Mais uma vez, é o desprezo pela cultura, é o desprezo pelo saber, pelo conhecimento que se denota por parte do governo do Estado, que vem sacrificando, cada vez mais, a nossa universidade”, lamentou.

Da Liderança do PSDB no Senado

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17/02/2016